Aldenir Alves Teixeira confessou que matou a ex-mulher Edilene Oliveira da Silva, de 30 anos, por ciúmes durante uma discussão no dia 14 de julho de 2016. Os restos mortais da cabeleireira foram encontrados nesta segunda-feira (10) enrolados em um colchão dentro de um buraco com aproximadamente 30 centímetros de profundidade, numa chácara próximo à região do córrego Jacubinha, em Araguaína (TO).
O delegado Rérisson Macedo afirmou que a polícia desconfiava da versão apresentada pelo ex-marido desde o início da investigação. O primeiro fato que chamou atenção é que o ex-marido só procurou a delegacia para registrar o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento no dia 2 de agosto, mais de 15 dias depois. Diante das contradições no depoimento de Aldenir, a justiça autorizou a quebra do seu sigilo telefônico, o que possibilitou com que a polícia desvendasse o crime. Conforme o delegado Rérisson, nas várias vezes em que foi ouvido, Aldenir sempre sustentou a versão de que Edilene havia indo embora de casa deixando para trás todos os seus pertences, todavia, por meio das investigações, a Polícia Civil conseguiu provas suficientes de que o indivíduo estava mentindo e tentando atrapalhar as investigações. “
Conseguimos reunir provas suficientes da participação do indivíduo na morte de sua esposa e, desta maneira, confrontamos o mesmo com as evidências que tínhamos e ele não teve mais como sustentar a versão fantasiosa que havia criado para o desaparecimento de Edilene e acabou confessando que havia matado a esposa e enterrado seu corpo na zona rural de Araguaína”, pontuou. O suspeito relatou aos policiais que, no dia do crime, 14 de julho, teria tido uma discussão com Edilene e, em meio à briga, tentou acalmar a mulher aplicando-lhe um golpe conhecido como “mata leão”. Contudo, ao perceber que a cabeleireira não mais respirava, Aldenir colocou o corpo da esposa no porta-malas do veículo do casal e seguiu até as imediações de uma localidade de mata chamada de Jacubinha, onde fez uma cova rasa e enterrou o corpo da mulher.
“Depois de confessar o crime, o homem levou as equipes da Polícia Civil até o local, onde havia enterrado o corpo, sendo que os restos mortais de Edilene foram recolhidos por peritos da Polícia Científica e transportados até o Instituto Médico Legal de Araguaína, para a realização dos exames necessários”, ressaltou. Segundo o delegado, o ex-marido premeditou o crime. Aldenir contou que viajou ao Maranhão para deixar os filhos com os pais de Edilene e retornou para Araguaína com a alegação de que queria reconstruir o casamento. No entanto, ele planejava uma "ruptura com a morte da esposa".
Tentativa de despistar a Polícia Para tentar despistar a investigação, Aldenir inventou que Edilene havia deixado ele e fugido, levando apenas o dinheiro que guardava em casa, deixando outros bens para trás. Inclusive, ele chegou a dizer à Polícia que a própria Edilene havia feito um inventário, especificando os bens que deixara para cada um dos dois filhos.
"A moto deixa pra minha filha. A chácara deixa pro Wanderson’. Então são atitudes no mínimo suspeitas, pra quem ia embora fugindo com outra pessoa. Jamais poderíamos acreditar nisso", argumentou o delegado.
Confissão O delegado acrescentou que depois que conseguiu desmentir as alegações apresentadas pelo suspeito "ele começou a chorar e disse que realmente tinha matado a esposa dele". Um sobrinho do acusado chegou a ter a prisão decretada por suspeita de participação no assassinato. Ele prestou falso depoimento à polícia, afirmando que esteve com o casal e negou qualquer discussão. Entretanto, depois da prisão, confessou que ajudou Aldenir apenas para que o tio não fosse apontado como suspeito, porque acreditava em sua inocência. Segundo o delegado o sobrinho relatou:
“oh, eu menti pra ajudar meu tio pensando que ele num tinha feito algo dessa proporção, dessa natureza”. Para delegado, o rapaz estava falando a verdade e será liberado.
O crime Conforme o delegado Rérisson, Aldenir teria matado Edilene no dia 14 de julho de 2016, após uma discussão entre o casal, no entanto, o marido só registrou Boletim de Ocorrência no dia 2 de agosto, onde relatava que a mulher teria abandonado a família e os bens, e se mudado para Palmas, onde trabalharia em um salão de beleza da Capital. Ainda de acordo com o delegado José Rérisson, a polícia civil ainda investiga um saque de 14 mil reais, que teria sido efetuado na conta de Edilene, no dia de seu desaparecimento. A Polícia Civil também investiga o fato de que o homem teria premeditado o assassinato da mulher. As investigações que resultaram na prisão de Aldenir e na elucidação do crime foram realizadas pela Delegacia Fazendária, com apoio de policiais civis da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM) 4ª Delegacia de Polícia Civil, além de policiais civis da 1ª DRPC de Araguaína.