Descaso com a saúde

Falta de alimentação no maior hospital público do TO é destaque nacional; Alexandre Garcia comenta situação

Por Redação AF
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24/08/2016 14h17 - Atualizado há 5 anos
A falta crônica de alimentação para pacientes no Hospital Geral de Palmas (HGP) foi tema de reportagem mostrada no Jornal Nacional desta terça-feira (23/08) e no Bom dia Brasil desta quarta (24). O HGP é o maior hospital do Estado, com 400 atendimentos por dia. De acordo com a empresa que fornece a alimentação, a dívida do governo chega a R$ 70 milhões. Por causa da falta de comida, os pacientes foram até a porta do hospital protestar. “A gente trabalha, paga imposto, para chegar aqui e passar fome?” indagou um paciente. Nem os pacientes recém operados tiveram algo para comer. “Hoje [23/08] eu comi uma laranja por que minha esposa trouxe de casa para mim, mais nada”, contou outro paciente. Para os acompanhantes, a situação não foi muito diferente. “Está com oito dias que não tem comida para nós”, afirmou uma mulher. Muitos compraram comida no lado de fora do HGP. O governo do estado disse que pagou R$ 2 milhões para empresa e garantiu que, nesta quarta-feira (24), todas as refeições serão servidas. Comentário de Alexandre Garcia Este é o tipo de encrenca que não importa quem tem razão: não pode é cortar a alimentação dos pacientes, seja qual for o motivo. O comentário é de Alexandre Garcia. "A situação de Palmas não é incomum na própria capital do país. Neste ano e no ano passado faltou comida para os funcionários dos hospitais públicos. E sempre pelo mesmo motivo: falta de pagamento para a fornecedora da comida. Em Brasília, pelo menos, os pacientes não ficaram sem comida e não virou caso de polícia. Irônico que alimentação e saúde estejam na Constituição como direitos sociais. Os constituintes pensavam que bastava escrever e o direito estaria atendido. Saúde e barriga cheia. Mas não é bem assim. Entre o direito constitucional escrito e a vida real vai um caminho que precisa ser percorrido por competência administrativa e seriedade na aplicação do dinheiro que é tirado do povo na forma de impostos. Se o estado não é bem administrado, não cumpre suas obrigações constitucionais. Isso não é incomum e poucos respondem pelos crimes de omissão e de responsabilidade”, destaca o jornalista. Confira a reportagem do Bom Dia Brasil. Vistoria do MPE Após denúncia da falta de alimentação no HGP, o Ministério Público Estadual (MPE) realizou uma vistoria no hospital, na manhã da última terça-feira (23/08). Diante da situação de flagrante delito, a Promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery, solicitou apoio policial. O delegado Jeter Aires Rodrigues conduziu dois representantes da Litucera, empresa contratada pelo Governo do Estado para fornecimento de alimentação hospitalar, uma diretora do HGP e dois representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para serem ouvidos na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Palmas, a fim de concluir inquérito que já havia sido instaurado a esse respeito, atendendo a requisição do Ministério Público. Para a Promotora, “a situação é gravíssima, uma vez que a falta de fornecimento de alimentação compromete a recuperação dos pacientes internados”. Durante a vistoria, representantes da Sesau informaram ao Ministério Público que a empresa Litucera não cumpriu com o acordo firmado na semana passada, de que forneceria regularmente a alimentação até esta terça-feira, data em que um novo acordo de quitação das dívidas seria entabulado. A Promotora de Justiça advertiu os representantes da Sesau de que o Estado deve acionar a empresa judicialmente, como fez no caso da paralisação dos exames laboratoriais no Hospital Regional de Araguaína, medida que resultou em liminar favorável determinando a retomada do serviço.

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