O Governo do Tocantins anunciou a primeira terceirização de hospital público no Estado. Devido aos graves problemas encontrados no Hospital Regional de Dianópolis, no sudeste do Estado, a gestão da unidade será transferida à iniciativa privada. O anúncio da terceirização foi feito no dia 1° de abril em reunião ocorrida na Secretaria Estadual de Saúde. O Hospital passa por problemas como: péssimas condições físicas, ausência de material hospitalar e falta de médicos oferecendo assim um serviço de baixa qualidade aos moradores de Dianópolis e mais sete municípios da redondeza e comunidades próximas.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Marcos Musafir, o Tocantins tem dívidas na saúde que ultrapassam os R$ 370 milhões, o que impede uma melhor atuação da pasta, fora outros problemas que a Sesau enfrenta. Ele citou por exemplo, que a dificuldade em contratar médicos para o Hospital de Dianópolis são os valores pretendidos por estes profissionais, que ele considera fora da realidade de contratos de prestadores de serviços. A proposta do Secretário, é que os serviços sejam terceirizados, com a contratação de uma empresa que cuide tanto da implantação do atendimento médico, com as especialidades necessárias, como da modernização técnica e administrativa, enquanto o Governo do Tocantins busque meios de assumir diretamente suas responsabilidades institucionais. Musafir também fez algumas observações além de anunciar a terceirização do hospital, abrindo a possibilidade de gratificar os médicos do Programa Saúde da Família (PSF) para atenderem na unidade hospitalar por pelo menos 30 dias, já que o chamamento do governo para contratação de novos médicos não deu resultado, devido à recusa dos salários oferecidos; outra medida é a disponibilização de uma nova ambulância; há dificuldade em credenciar um laboratório de análises clínicas. Segundo o Secretário, há um ano a Sesau tenta a contratação e não consegue devido aos valores cobrados. Diante disso, o laboratório municipal tem suprido a demanda em regime de colaboração.
O deputado José Salomão (PT), que esteve presente na reunião, chegou a questionar a demora do Secretário da Saúde em conceder audiência a parlamentares, bem como a demora na reforma do HRD, citando os pontos críticos do hospital, como a falta de médicos e questões administrativas. “
É imperativo cuidar da saúde da população e o Governo do Tocantins mostra-se negligente por não dar a devida prioridade à questão”, disparou José Salomão. O parlamentar dianopolino, assim como os demais presentes na audiência com Musafe, reconheceu que nesse momento a contratação de uma empresa terceirizada é a solução mais viável para a situação crítica do hospital. Ao final da reunião, ficou decidido que o grupo realizará uma audiência pública em Dianópolis no dia 11 de abril, às 10h, na Câmara Municipal, para apresentar as medidas a serem adotadas. A audiência pública deverá reunir representantes dos segmentos organizados da sociedade e a população interessada em participar. “
Será uma oportunidade de discutirmos com a população, que é a principal interessada, os rumos da saúde do Hospital Regional de Dianópolis”, avaliou José Salomão.