Operação Papel S/A

Justiça afasta prefeito de Abreulândia e três secretários acusados de fraudar licitações em mais de R$ 500 mil

Por Redação AF
Comentários (0)

17/12/2015 17h17 - Atualizado há 5 anos
A Justiça Federal determinou nesta quinta-feira (16), o afastamento por 180 dias do prefeito de Abreulândia, Elieze Venâncio. O prefeito é acusado pelo Ministério Público Federal no Tocantins (MPF/TO) de cometer atos de improbidade administrativa, lesionando os cofres públicos em mais de R$ 500.000. A Justiça também determinou o afastamento dos cargos da irmã do prefeito e secretária municipal de Administração, Euzeny Venâncio, do irmão do prefeito e secretário municipal de Finanças, Izaías Venâncio, e da secretária municipal de Educação, Jailene de Aquino Cruz. Todos eles são alvos da Operação Papel S/A, que visa desarticular organização criminosa criada para desviar recursos federais destinados ao município de Abreulândia. As investigações apontam que foram desviados R$ 645.480,82, dos quase R$ 2 milhões recebidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para execução das obras. A verba seria destinada para construção de duas escolas padrão, uma no Assentamento Vargem Dourada e outra no Assentamento Baronesa, além de uma quadra coberta com vestiário. Esquema fraudulento Para o MPF/TO, uma das etapas da fraude consistia em direcionar as licitações para favorecer as empresas Araújo e Nogueira LTDA-ME e DSC Construtora LTDA. A primeira empresa venceu a licitação para construir as escolas. Já a segunda, para construir a quadra coberta. A outra etapa da fraude consistia na simulação de medições da execução da obra e no pagamento à empreiteira referente ao montante falsamente medido. Ou seja, as empreiteiras emitiam notas fiscais que atestavam falsamente a execução parcial das obras. O recurso pago era devolvido ao prefeito, em troca de 6% mais impostos, para a empresa Araújo e Nogueira, e 9% mais impostos, para a empresa DSC Construtora. Os azditores do Tribunal de Contas da União (TCU) apuraram, nas fiscalizações das obras, enorme descompasso entre as medições apresentadas e a execução da obra em si. No caso das obras das escolas, apesar da empresa Araújo e Nogueira ter recebido R$ 392.930,00, somente 20% foram efetivamente feito. Já em relação a quadra coberta, a DSC Construtora recebeu cerca de 50% do valor total da obra, R$ 252.550,27, porém, a obra estava em estágio inicial, com somente 16% realizado. Para tentar fugir da fiscalização, o Prefeito de Abreulândia direcionava maquinário e trabalhadores custeados pelo próprio município para tocar as obras. Os materiais também eram adquiridos pela Prefeitura. A estratégia foi revelada ao MPF/TO por meio de denúncias feitas por moradores e autoridades locais. Decisão A Justiça Federal determinou ainda a proibição das empresas Araújo e Nogueira e DSC Construtora de contratarem com o Poder Público ou de receberem verbas, benefícios, incentivos fiscais ou crédito de qualquer ente federativo.  

Comentários (0)

Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

(63) 3415-2769
Copyright © 2011 - 2024 AF. Todos os direitos reservados.