Descaso na saúde

Médico de Araguaína entra no terceiro dia de greve de fome, mas Governo não dá previsão de pagamento

Por Redação AF
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02/09/2016 11h58 - Atualizado há 5 anos
No terceiro dia seguido de greve de fome, o médico anestesiologista do Hospital Regional de Araguaína, Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira, ainda não recebeu nenhuma garantia do Governo do Estado ou previsão de quando os profissionais da área vão receber os 12 meses de salário atrasado. O Governo não faz o pagamento à Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Tocantins desde setembro de 2015, somando uma dívida de R$ 13 milhões. Na manhã desta sexta-feira (02/09), o médico fez coleta de sangue para saber como seu corpo tem reagido à greve e aferiu a pressão arterial, mas com um aparelho particular após tentar em outros quatro do hospital, porém todos estavam com defeito. Roberto afirmou que os profissionais estão cansados de serem tratados de forma desrespeitosa pelo atual secretário estadual de Saúde, Marcos Musafir. Segundo ele, a falta de pagamento por longo período fez com que chegasse à situação extrema de médicos passarem fome no interior do Estado, onde trabalham apenas nos hospitais públicos e têm somente essa fonte de renda. “Esse secretário já prometeu [pagar] várias vezes e chegou a empenhar dinheiro para suspendermos a greve, mas cancelou o emprenho posteriormente. Não admito trabalhar um ano sem receber. Estamos sendo tratados como escravos brancos”, desabafou. O médico criticou também o fato de o governador Marcelo Miranda nomear um secretário que não conhece a realidade do Estado. Musafir é do Rio de Janeiro. “Pessoa de fora que não tem compromisso com quem ajudou a construir o Tocantins”, pontuou. A repercussão do protesto já ultrapassou os limites geográficos do Brasil, através da internet e das redes sociais. Contudo, o médico estranha que um protesto dessa dimensão esteja ficando retido apenas na imprensa televisiva do Estado. “Será que alguns estão tentando boicotar?”, questionou. Por outro lado, o profissional está satisfeito com o apoio recebido da população, de estudantes de medicina e visitas ilustres, como de um grupo de motoqueiros e de um idoso de 90 anos, pioneiro em Araguaína, que fez questão de ir a pé parabenizá-lo pela atitude. Questionado por quanto tempo ainda manterá a greve de fome, Roberto foi enfático: “Estou disposto a ir ao meu limite”, garantiu. Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse apenas que está buscando negociar com a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Tocantins (Coopanest) para que estes retornem as atividades.

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