A depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo
Já se sabe que a depressão é definitivamente um dos maiores males desse século, que o digam os profissionais da área que observam com preocupação o aumento significativo da doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alteração do humor caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança.
A depressão afeta a muitos, possui vários sintomas, nem sempre reconhecidos, e muitas vezes discriminados. Contudo a situação parece ainda mais grave e recorrente em mulheres, é o que apontam recentes pesquisas científicas.
Estudos indicam que o sexo feminino possui um risco quase duas vezes maior de desenvolver a depressão, conforme aponta um estudo dirigido pela psicóloga Mona Moieni da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que investigou a fundo o cérebro de homens e mulheres para tentar desvendar possíveis mecanismos biológicos por trás disso.
A experiência de Moieni apontou que as mulheres podem ser até duas vezes mais propensas à depressão do que os homens devido a uma predisposição a inflamações de determinadas áreas do cérebro feminino que diminuem a sensação de recompensa.
Hormônios e a depressão feminina
O estrogênio e a progesterona são alguns hormônios femininos que têm grande influência no humor da mulher. Os níveis hormonais sofrem modificações durante processos que ocorrem, como os ciclos menstruais, o período pós-parto e a menopausa. Além disso, grande parte dos métodos contraceptivos são à base destes hormônios, também podendo afetar o desenvolvimento da depressão.
Condições da mulher na sociedade
Para quem não é especialista no assunto, os resultados da pesquisa da psicóloga Mona Moieni podem parecer poucos significativos, mas não se engane, são valiosos para os estudos da doença, que não é frescura, mas sim um mal sério com consequências que podem levar até ao suicídio.
Especialistas afirmam que o quadro da doença piora muito se somado as atuais condições de constante cobrança sobre a mulher na sociedade.
A pressão sofrida pela mulher é grande e engloba aparência, estudos, trabalho, relacionamentos e ainda a difícil conciliação entre a maternidade e a carreira profissional, estes dois últimos quesitos rendem uma profunda autocobrança que têm levado muitas mulheres a buscar ajuda profissional.
Todo mundo tem que ser feliz? Quem não é feliz tem depressão?
Nossa sociedade midiática atual prega prazer e felicidade absoluta como condição para uma vida saudável, e parece que somos obrigados a sorrir e viver festivos o tempo todo, porém o fato é que ninguém é obrigado a ser feliz sempre! Sim, todas as pessoas normais passam diariamente por frustrações dos mais diversos tipos e mesmo as melhores pessoas podem sim ter picos de mal humor ou desânimo, isso por si só não é depressão, mas vida real.
Quem vive só, é depressivo?
Um conhecido verso de Tom Jobim diz que é impossível ser feliz sozinho. Porém isso não é verdade, afirmam terapeutas, há quem viva muito melhor sozinho, desde de que aprenda a se conhecer e se amar, faça coisas de que goste e se dedique a algo, não necessariamente alguém.
Terapeutas especialistas em relacionamentos conjugais apontam que é mais fácil se deprimir em relacionamentos mantidos apenas pelo medo da solidão do que pela solidão em si.
Cobrar-se menos e tentar levar a vida mais leve, se não é uma forma de combate é pelo menos um jeito de prevenir-se da doença e compreender quem já sofre com ela.