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Fumaça de queimadas deve chegar a Buenos Aires e Montevidéu, afirmam meteorologistas

A fumaça já cobre uma grande parte da América do Sul e vai se intensificar ainda mais esta semana.

Por Nicole Almeida
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09/09/2024 09h50 - Atualizado há 1 mês
Fumaça de queimadas aumentará e chegará a Buenos aires e montevidéu

A fumaça de queimadas, que já cobre uma grande parte da América do Sul, vai se intensificar ainda mais esta semana. Cidades como Buenos Aires e Montevidéu, que até então não haviam sido atingidas, estão prestes a registrar a chegada dessa fuligem suspensa na atmosfera. A origem desse fenômeno está principalmente no Sul da região amazônica, no arco do desmatamento, além de áreas como o Pará, Mato Grosso, Bolívia e Paraguai, onde o número de queimadas explodiu nas primeiras semanas de setembro.

Fumaça se espalha por novos territórios

Com o avanço das correntes de vento do Norte para o Sul, que carregam ar quente pelo interior do continente, um "corredor de fumaça" se formou. Esse corredor de vento, que atua a aproximadamente 1.500 metros de altitude, tem origem no Sul da Amazônia e se estende até o Rio Grande do Sul. Modelos meteorológicos, como o CAMS, indicam que essa fumaça continuará a se espalhar, trazendo consigo um céu acinzentado e com menor visibilidade para os três estados do Sul do Brasil.

A fuligem, que já cobriu grandes áreas da região Sul, seguirá viagem até alcançar locais como Buenos Aires e Montevidéu. O fenômeno será ainda mais intenso nas áreas centrais da Argentina e no território uruguaio, onde a coloração do céu será alterada, e o sol, muitas vezes, parecerá alaranjado ou avermelhado devido à presença das partículas em suspensão.

Impactos da fumaça na América do Sul

As consequências da fumaça vão além da estética do céu. A presença de material particulado no ar afeta a qualidade de vida da população, sobretudo pessoas com problemas respiratórios, que podem sofrer com o aumento da poluição atmosférica. Esse cenário torna-se mais grave considerando o número crescente de queimadas, que tem se intensificado devido à seca e à ação humana na Amazônia e outras regiões da América do Sul.

Com o crescimento desse fenômeno, surge uma importante reflexão: até que ponto as ações humanas, como o desmatamento e o uso irresponsável da terra, contribuem para um problema de escala continental? A fumaça de queimadas não respeita fronteiras e agora atinge até mesmo grandes centros urbanos fora da Amazônia.

Correntes de vento ampliam alcance da fumaça

As correntes de vento de Norte para Sul estão entre os principais vetores de dispersão dessa fumaça. Segundo a MetSul Meteorologia, essas correntes estão formando um verdadeiro "corredor de fumaça", que acompanha uma corrente de jato em baixos níveis. Esse corredor, responsável por transportar as partículas, está impulsionando a fuligem para áreas mais distantes, como Buenos Aires e Montevidéu.

Este fenômeno evidencia como as mudanças climáticas e a degradação ambiental impactam não só os locais onde ocorrem, mas também outras regiões do continente. A dispersão da fumaça pelas correntes de vento e a persistência do problema reforçam a necessidade de medidas urgentes contra o desmatamento e as queimadas.

Sobre a gravidade do cenário

A chegada da fumaça a locais tão distantes como Buenos Aires e Montevidéu nos faz refletir sobre o impacto das queimadas em escala global. O que começou como um problema concentrado no arco do desmatamento da Amazônia agora se espalha por toda a América do Sul. Até quando assistiremos ao agravamento dessa situação sem uma resposta adequada?

Fonte: MetSul

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