'Saia justa'

Jornalista é barrada na Assembleia por usar trajes 'inadequados'; presidente pede desculpas

O presidente da Casa se desculpou em plenário e garantiu que irá tomar providências para resolver o problema.

Por Nielcem Fernandes 3.314
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30/10/2019 12h44 - Atualizado há 4 anos
Sarah Pires

A jornalista Sarah Pires foi impedida de entrar na Assembleia Legislativa do Tocantins por seguranças na manhã desta terça-feira (29) sob a justificativa de que estaria usando trajes 'inadequados'.

A jornalista disse ao AF Notícias que foi abordada no momento em que passava pela revista obrigatória no hall de entrada.

“Durante a revista obrigatória, de imediato uma moça da segurança me disse que eu não poderia entrar por que estava com roupas inadequadas. Ela me apresentou uma portaria e alegou que eram regras da Casa”, relatou.

Constrangimento

Ainda conforme a jornalista, para não perder uma reunião agendada com um dos parlamentares, ela teve de ser conduzida por um assessor pelo subsolo da Assembleia. 

“Liguei para quem eu havia marcado a reunião e avisei que eu tinha sido barrada. Senti-me muito envergonhada, pois tive de passar pelo subsolo para chegar até a reunião. Sou uma pessoa digna, pago todos os meus impostos e ter que entrar e sair escondida da Assembleia?”, desabafou.

O assunto repercutiu negativamente e alguns parlamentares saíram em defesa da jornalista durante a sessão solene na tarde desta terça-feira (29).  

Pedido de Desculpas

O presidente Antônio Andrade (PTB) pediu desculpas e explicou que a situação constrangedora foi causada por funcionários terceirizados e assegurou que irá tomar as medidas necessárias.

“Estamos tomando as devidas providências. Não é uma orientação da presidência. Peço desculpa em nome da Assembleia Legislativa a esta senhora. É uma empresa terceirizada que presta o serviço, vamos chamar o pessoal pra conversar e não podemos aceitar uma situação dessa na AL”, disse o presidente.

SINDJOR

A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Tocantins (Sindjor-TO), Alessandra Bacelar, informou que o sindicato foi avisado de imediato e compareceu à Casa de Leis para esclarecer o assunto e cobrar esclarecimentos do Poder Legislativo.

“Vários deputados reclamaram do ocorrido, o presidente Antônio Andrade falou pessoalmente com a jornalista, e conversou comigo também. Ontem foi convocada uma reunião pra poder organizar melhor essa questão. Porque cada pessoa tem seu entendimento sobre o que é inadequado, mas o que deve prevalecer nesse caso, não é a opinião pessoal, mas sim o regramento, e isso a AL vai definir e repassar a todos que trabalham com segurança”, explicou.

Portaria

A jornalista foi impedida de entrar na Casa com base em uma Portaria do ano de 2005, que diz: “Fica vedado o ingresso no recinto da Assembleia Legislativa, durante seu horário de funcionamento, de pessoas que não estiverem com trajes adequados ao ambiente de trabalho, tais como, bermuda, short, camiseta regata e outras vestimentas que possam ser consideradas extravagantes”.

A jornalista expressou sua indignação através das redes sociais

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