Nesse dia que deveria ser especial para todas as mulheres do mundo, é preciso um momento de reflexão voltado para “Elas”, para “Nós mulheres”. E começo este texto com uma parte da letra da música do grande Milton Nascimento e que hoje a escuto na voz de uma grande mulher, Elis Regina: "Maria, Maria".

“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia / Uma força que nos alerta / Uma mulher que merece viver e amar / Como outra qualquer do planeta”. 

Ser mulher nesse mundo às vezes custa muito caro. Você talvez não concorde com esta afirmação. Mas para quem é mulher, sabe muito bem como é viver sendo Mulher. 

Ter que lutar para ter o direito de trabalhar fora. Lutar para ter o seu direito de voto e participar da vida política do seu país. Lutar para criar seus filhos, em jornadas duplas, triplas e quantas forem necessárias para dar o mínimo àqueles que saíram do seu ventre.

Ter que ouvir palavras que diminuem seu potencial, que a denigrem e mesmo assim seguir em frente, porque é preciso continuar.

Quantas mulheres choraram em um canto porque teve que ser forte na frente dos outros para vencer na vida ou apenas ‘sobreviver’?

Quantas mulheres perderam suas vidas e que continuam perdendo porque alguém acha que elas são apenas ‘objetos’?

Quantas marcas na vida da ‘Maria’ leva no corpo e na alma? São muitas marcas, isso garanto.

Há quem questione dar apenas rosas e bombons nesse dia em homenagem a elas. Eu não me importo, queremos sim ter homenagem. Mas também queremos espaços e que neste espaços nos respeitem como mulheres.

“É preciso ter sonho sempre / Quem traz na pele essa marca possui / A estranha mania de ter fé na vida”. Precisamos continuar a ter nossos sonhos e concretizá-los. Sem ninguém que nos interrompa ou que nos diminua como mulher. Também fazemos parte da humanidade.

Nos deixem viver. Nos deixem amar. Nos deixem sermos quem nós quisermos, onde quisermos. Nos deixem sermos  MULHERES.

Para todas as ‘Marias’ do mundo.

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Joselita Matos - Jornalista