Mães de farda

Mulheres se destacam ao conciliar sonho da maternidade com carreira militar na PM-TO

A mãe policial precisa ser sã e forte ao mesmo tempo.

Por Redação 678
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05/05/2020 09h57 - Atualizado há 3 anos
Soldado Janaína e a filha

Depois de um dia exaustivo de trabalho árduo, zelando pela segurança da população, elas voltam para casa para cumprir outra missão. Ser mãe e policial militar simultaneamente não é uma tarefa fácil. Além da farda, existem corações que batem fora do peito, os filhos.

No lar, as policiais militares retomam a rotina típica de mãe. Uma maratona de tarefas que incluem o preparo do alimento, o banho, o carinho, além do auxílio nas atividades escolares e tantas outras responsabilidades. E quando o sonho de ser mãe vem junto com a realização de um projeto pessoal, neste caso, a carreira na Polícia Militar?

Os sonhos se misturam. É o caso da soldado Janaína Almeida, mãe da pequena Maria Cecília, de 5 anos, que iniciou sua carreira como mãe e como policial na mesma época, durante o Curso de Formação de Soldado em 2014.

Para realizar o sonho de ser policial militar Janaína contou com apoios especiais. “Três pilares me sustentaram e me permitiram conciliar a gestação com o curso de formação da Polícia Militar do Tocantins: um deles é Deus, que me permitiu a realização deste sonho; meus pais, que me apoiaram totalmente em todos os momentos, desde a gestação, resguardo e anos iniciais da minha filha; e os irmãos de farda, que a PM me presenteou durante esta jornada”, disse.

Janaína relembrou que os colegas de profissão a apoiaram e auxiliaram de diversas maneiras, psicologicamente e com resumos das disciplinas e força para continuar a trajetória.

Ela assegurou que a rotina não era fácil e que precisava se desdobrar para conciliar o curso de formação e a maternidade. Para amamentar a filha, ainda recém-nascida, contava com a ajuda de sua mãe, dona Elita, que modificava a rotina para levar o bebê para ser alimentado entre as instruções do curso. “Não é fácil administrar todas as missões, é um aprendizado constante, mas é maravilhoso e gratificante poder unir sensibilidade, amor, força e coragem em um único ser”, afirmou.

A soldado Juliana Sousa, ingressou na PM-TO há seis anos e sempre atuou no serviço operacional fazendo patrulhamento de área. Apostou no curso da Força Tática e durante a atuação recebeu a notícia da gravidez. Juliana, que é mãe solo da pequena Maria Helena, de 2 anos, teve que se desdobrar para conciliar o serviço operacional no 9º Batalhão (BPM) em Araguatins. Por vezes precisava se deslocar por mais de 90 km para chegar ao trabalho, mas desistir não fazia parte dos planos dela.

Apesar da dificuldade em me adaptar com a nova rotina de administrar o trabalho e a filha nunca passou pela minha cabeça abandonar a profissão”, frisou.

Juliana também pontuou sobre os riscos que envolvem a carreira militar. “É difícil manter a mente tranquila com um trabalho que nos exige correr riscos e ainda assim chegar em casa e ter que dar o máximo para a criança mesmo após ter vivenciado todas aquelas situações diárias que acompanhamos durante o serviço. É bem desafiador, mas não impossível, principalmente para uma mãe polvo que parece ter 8 braços”, disse.

Após a licença maternidade, Juliana voltou para o serviço operacional na Força Tática. “Sinto-me uma guerreira, protegendo minha filha e também protegendo a sociedade. É como se eu tivesse superpoderes, utilizando-os, claro, sempre para o bem”, afirmou.

Em 2014, a soldado Larissa Wisbeck ingressou na Polícia Militar realizando seu grande sonho. Já em 2016, após concluir o curso de Força Tática, um grupamento especializado da Polícia Militar que atua em policiamento ostensivo de maior complexidade, ela e o esposo, também policial militar, ganharam seu primeiro presente, José Felipe.

Pouco tempo depois, já na Cidade de Colinas do Tocantins, na 3º Companhia Independente de Policia Militar, onde atuam hoje, foram abençoados com a pequena Maria de Fátima. Atualmente a policial está à espera de Mário Neto, o caçulinha da família.

Larissa conta que o desafio de conciliar a profissão com as três gestações foi difícil, mas quando envolve amor, as duas coisas se misturam. “São sinônimos de amor e cada um na sua hora e na sua maneira. A própria carreira nos dá esse ensinamento que não devemos desistir”, pontuou.

O orgulho pela profissão se mistura com a maternidade, um sentimento que ela e o marido expressam até no ensaio de fotografia da família, o traje da PM não poderia faltar. “Sou Taticana (Membro da Força Tática) e mãe de três filhos, com muito orgulho”.

As histórias dessas mães comprovam que ser mãe Policial Militar é a arte de lidar com a sensibilidade, mas com força e destreza. É manter o equilíbrio entre a serenidade e a coragem. É bravura quando coloca a própria vida em risco para salvar outras, na esperança de voltar para casa e abraçar os filhos.

Elas vivem uma dicotomia de sentimentos e lutam para pesar as duas presenças – O que há de pior na sociedade e o que há de melhor, que é a família. A mãe policial precisa ser sã e forte ao mesmo tempo.

(Andressa Santos/Governo do Tocantins)

Soldado Larissa Wisbeck à espera do terceiro filho
Soldado Larissa com a Família reunida
Soldado Juliana Sousa gestante da pequena Maria Helena
Entre uma ocorrência e outra a soldado Juliana amamentava a filha

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