Keslon Borges é economista, especialista em gestão pública e educador financeiro.
Keslon Borges | Artigo
Em Economópolis, tudo parecia perfeito. As ruas estavam pavimentadas, os hospitais bem equipados, as escolas brilhando de tão novas, e os cidadãos viviam em harmonia. Mas isso era antes dos famosos "30% da Vergonha" entrarem em cena.
Imagine que você está cozinhando uma deliciosa sopa para alimentar 100 pessoas famintas. Agora, imagine que, de repente, aparece um político esfomeado, pegando 30% da sopa para si, deixando você com menos ingredientes para alimentar os famintos. Isso é exatamente o que acontece quando nossos queridos deputados e senadores corruptos cobram seu "rebate" de 30% das emendas destinadas aos municípios.
1. Hospitais: A Sala de Emergência da Desesperança
Nos hospitais públicos de Economópolis, a situação é desesperadora. Com 30% do orçamento roubado, a falta de equipamentos essenciais transforma uma simples dor de cabeça em um caso de vida ou morte. Enfermeiras tentam tratar pacientes com band-aids e sorrisos, enquanto os médicos, a grande maioria sem experiência em urgência e emergência se veem obrigados a usar aplicativos de celular para diagnósticos, já que os equipamentos estão quebrados ou inexistentes. Resultado? Mais pessoas falecendo por falta de tratamento adequado e especialistas. Será se aquele político que diz que a saúde melhorou usa juntamente com sua família o sistema único de saúde?
2. Educação: A Escola da Ignorância
As escolas de Economópolis mais parecem cenários de um filme pós-apocalíptico. Com 30% dos fundos desviados, as salas de aula não têm cadeiras, os professores têm que usar giz de cera emprestado dos filhos e as crianças se perguntam se realmente existiu um tal de "Albert Einstein" ou se é apenas uma lenda urbana. Com uma educação de péssima qualidade, o futuro da cidade está comprometido, e a criminalidade, é claro, sobe como um foguete. Nem há que se falar em igualdade de oportunidades, pois a formação básica está abaixo de “baixa”. Será que o Gestor Público e os parasitas que o acompanham matriculam seus filhos e netos nas escolas públicas?
3. Segurança: O Esquadrão da Criminalidade
Sem os recursos necessários para manter a segurança, os policiais de Economópolis estão literalmente pedindo carona para ir ao trabalho. Carros de patrulha? Só em sonhos. Com 30% do dinheiro indo para bolsos errados, o crime organizado está se divertindo mais do que em um parque de diversões. E os cidadãos? Esses vivem trancados em casa, com medo até da própria sombra.
4. Oportunidades Perdidas: O Show dos Desafortunados
Quando os recursos são desviados, oportunidades preciosas são perdidas. Jovens talentosos, que poderiam se tornar cientistas, médicos, ou até mesmo políticos honestos (quem diria!), acabam sem acesso a bolsas de estudo, treinamentos ou qualquer apoio. E, assim, Economópolis perde mentes brilhantes que poderiam fazer a diferença.
A Receita da Desgraça
Os "30% da Vergonha" não são apenas números em uma conta bancária secreta; são vidas destruídas, sonhos desfeitos e um futuro sombrio para Economópolis. Cada real desviado é uma criança sem escola, um paciente sem tratamento e um cidadão sem segurança. Então, da próxima vez que você ouvir sobre um novo "esquema de rebate", lembre-se: não é apenas corrupção, é a receita da desgraça para todos nós.
Vamos lutar contra isso, porque Economópolis merece mais do que políticos esfomeados por poder e dinheiro. E, quem sabe, um dia, poderemos voltar a viver na utopia que um dia sonhamos, onde sopa suficiente alimenta todos e a palavra "rebate" só aparece nos comerciais de lojas. Vejam bem, em gestão pública nem tudo que parece é. O fluxo dos recursos diz muito sobre isso.
“Seria apenas cômico se não fosse verdade”.
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Keslon Borges é economista com pós-graduação em Gestão Pública e especialista em Investimentos e Previdência. @borgeskeslon
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