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Caminhos da taxa Selic: o antagonismo entre a jornada de investimentos e a tomada de crédito

Keslon Borges é Assessor de Investimentos pela XP, Economista e Educador Financeiro.

Por Keslon Borges
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28/06/2024 10h14 - Atualizado há 2 dias
Keslon Borges é economista e especialista em Gestão Pública.

Keslon Borges | Artigo

Em uma pacata aldeia financeira, viviam dois personagens principais: Investidor Prudente e Tomador de Crédito Esperançoso. Ambos tinham sonhos e ambições, mas seus caminhos se cruzavam de maneiras inesperadas, especialmente quando se tratava da famosa taxa Selic.

Investidor Prudente sempre estava atento às notícias econômicas e sabia que o Comitê de Política Monetária (Copom) havia decidido manter a taxa Selic em 10,5% ao ano. Ele sabia que essa taxa era como uma bússola para seus investimentos, influenciando desde os retornos em renda fixa até os movimentos no mercado de ações.

Para Investidor Prudente, a manutenção da Selic em 10,5% significava que os investimentos em títulos de renda fixa, como o Tesouro Direto, fundos DI e CDBs, continuariam a oferecer bons retornos. Ele viu isso como uma oportunidade para garantir uma rentabilidade estável e segura, aproveitando a alta taxa de juros. No entanto, Prudente também sabia que essa alta taxa poderia impactar negativamente o crescimento de empresas, o que poderia refletir em um desempenho mais volátil no mercado de ações.

Do outro lado da aldeia, Tomador de Crédito Esperançoso tinha planos de expandir seu pequeno negócio e talvez até comprar uma casa maior para sua família. Ele também estava atento às decisões do Copom e sabia que a alta taxa Selic significava que os juros dos empréstimos e financiamentos continuariam elevados. Para Esperançoso, isso significava que o custo do crédito seria alto, tornando mais caro e difícil conseguir os recursos necessários para seus planos.

Com a taxa Selic mantida em 10,5%, Esperançoso viu que precisaria ser mais cauteloso com suas finanças, planejando cuidadosamente cada passo para evitar endividamentos excessivos. Ele decidiu adiar alguns de seus planos de expansão e focar em otimizar seu negócio com os recursos disponíveis, esperando por uma possível redução futura na taxa de juros.

Assim, enquanto Investidor Prudente colhia os frutos de uma renda fixa atrativa, Tomador de Crédito Esperançoso ajustava seus sonhos e estratégias para navegar em um cenário de crédito caro. Ambos aprenderam a importância de se adaptar às condições econômicas e a tomar decisões informadas com base nas mudanças na taxa Selic.

A história de Prudente e Esperançoso mostra como a mesma decisão econômica pode ter impactos distintos dependendo da perspectiva. Para o investidor, uma taxa Selic elevada pode significar boas oportunidades de retorno seguro, enquanto para o tomador de crédito, isso representa um desafio a ser superado com planejamento e cautela.

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Keslon Borges é Assessor de Investimentos pela XP, Economista e Educador Financeiro.

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