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Brasil perdeu 33% das áreas naturais até o ano passado, segundo informações do MapBiomas

Especialistas defendem políticas de incentivo à conservação, recuperação de áreas degradadas.

Por Nicole Almeida
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21/08/2024 10h39 - Atualizado há 5 horas
Conforme informações do MapBiomas, o Brasil perdeu 33% das áreas naturais até 2023

O Brasil perdeu 33% das áreas naturais até 2023, segundo os dados apresentados pelo MapBiomas. Este declínio alarmante, que afetou profundamente biomas como a Amazônia, Cerrado, Pampa, e Pantanal, destaca a urgência de tomar medidas para preservar o que resta de nossas áreas naturais. Com quase metade dos municípios brasileiros sendo impactados pela perda de vegetação entre 2008 e 2023, a sustentabilidade dos ecossistemas brasileiros está cada vez mais ameaçada.

O impacto na Amazônia e outros biomas

A Amazônia, o maior bioma brasileiro, sofreu a maior perda, com 55 milhões de hectares de vegetação nativa devastados entre 1985 e 2023. Isso representa uma redução de 14% no bioma, o que afeta diretamente a capacidade da floresta de influenciar o clima e os ciclos naturais, uma vez que 81% do bioma ainda é coberto por vegetação nativa, mas isso já inclui áreas de vegetação secundária. O Cerrado, considerado o segundo bioma mais afetado, viu 38 milhões de hectares destruídos, ou seja, 27% de sua área nativa original. Proporcionalmente, o Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do país, juntamente com o Pampa, que perdeu 28% de suas áreas naturais nos últimos 39 anos.

A expansão da pecuária e da agricultura tem sido os principais fatores impulsionadores dessa destruição. Desde 1985, houve um aumento de 79% na área destinada à pecuária e de 228% para o cultivo agrícola. Esse crescimento desordenado coloca biomas como o Pantanal, Caatinga e Mata Atlântica em uma posição vulnerável, com uma significativa perda de superfície de água no Pantanal e uma alta proporção de vegetação secundária nos demais biomas.

Perda de vegetação nativa nos biomas

Dados são do MapBiomas e se referem ao período de 1985 a 2023, em milhões de hectares.


perda de biomas Fonte: MapBiomas

Fonte: MapBiomas

Desafios para a preservação

As consequências dessa degradação são profundas. Segundo o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, "a perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos." Com a vegetação reduzida, a capacidade dos biomas de regular o clima, manter a biodiversidade e fornecer recursos naturais é comprometida.

Os estados brasileiros também enfrentam desafios distintos. Rondônia, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins registraram as maiores quedas nas áreas naturais, enquanto estados como o Rio de Janeiro, curiosamente, conseguiram aumentar a cobertura de vegetação nativa. A questão da preservação precisa ser tratada com prioridade, não apenas para garantir a sustentabilidade ambiental, mas também para proteger as economias locais e a saúde das populações que dependem dos recursos naturais.

Reflexão sobre o futuro

Diante dos dados apresentados pelo MapBiomas, uma pergunta inevitável surge: o que o Brasil está disposto a sacrificar em prol do desenvolvimento econômico? O equilíbrio entre a preservação ambiental e a expansão agrícola é delicado, mas vital para a sobrevivência a longo prazo. Se os biomas continuarem a ser destruídos nessa velocidade, o país poderá atingir pontos irreversíveis de degradação, colocando em risco sua biodiversidade e aumentando as chances de desastres naturais.

O que pode ser feito para reverter essa situação?

1. O que está sendo feito para frear a destruição das áreas naturais?

Existem diversas iniciativas, tanto governamentais quanto não governamentais, que buscam a preservação das áreas naturais, como a criação de unidades de conservação e programas de reflorestamento. No entanto, é necessário um esforço mais intenso, com fiscalização mais rigorosa e incentivo a práticas agrícolas e pecuárias sustentáveis.

2. Como a redução das áreas naturais afeta diretamente o cidadão comum?

A perda de áreas naturais não afeta apenas a biodiversidade, mas também a qualidade de vida das pessoas. Ela pode resultar em mudanças climáticas locais, como aumento da temperatura, mudanças no regime de chuvas e eventos climáticos extremos, além de reduzir a disponibilidade de recursos hídricos.

3. Quais são os próximos passos para reverter essa perda?

Os especialistas recomendam um aumento nas políticas de incentivo à conservação, recuperação de áreas degradadas e a promoção de uma agricultura mais sustentável, que não dependa da derrubada de florestas e outros biomas.

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