Multiparentalidade

Em caso inédito, Justiça reconhece dois pais e duas mães para adolescente em Araguaína

Por Redação AF
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07/06/2018 14h38 - Atualizado há 5 anos
No registro da adolescente Greicy Kelly Silva Reis vai constar a filiação de duas mães e dois pais, os biológicos e afetivos, que cuidam dela desde recém-nascida. O caso é inédito em Araguaína e foi homologado pela Justiça nesta segunda-feira (4), e a mudança será averbada na certidão de nascimento de Greicy Kelly. O acordo entre os familiares foi feito no Núcleo Especializado de Mediação e Conciliação (Numecon) de Araguaína. A Defensoria Pública do Estado (DPE-TO) disse que pedidos de inclusão registral de dupla maternidade ou paternidade, bem como outros tipos de relações afetivas entre pais e filhos, têm sido comuns desde a decisão do Supremo Tribunal Federal que reconheceu os vínculos socioafetivos. Trata-se da multiparentalidade. “Eu sempre falei que queria o sobrenome deles. Partiu da minha mãe [afetiva] procurar a Defensoria quando viu na televisão que tinha esta lei”, explicou Greicy Kelly. Os pais afetivos da adolescente são os tios da menina, que cuidam dela desde que ela tinha 31 dias de vida e, desde então, já tinham a guarda. A mãe biológica faleceu. A mãe afetiva de Greicy Kelly, Maria do Socorro Brandão, 51 anos, se sentiu realizada em conseguir o direito. “Me sinto gratificada, eu costumo dizer que foi uma preparação de Deus. Eu tinha uma ligação muito forte com a mãe da Greicy Kelly, eu digo que eu engravidei junto. Um dia ela brincou comigo que me dava a criança por trinta dias, mas foi o contrário, ela passou trinta dias com a mãe e depois veio para mim. Os desígnios de Deus a gente não entende, mas eu mudei toda a minha rotina com o meu esposo para cuidar dela”, relatou. O pai afetivo José Vanderlei Ramos lembrou fatos da infância da garota, como as viagens de ônibus quando ele exercia a profissão de motorista e levava Greicy Kelly para viajar junto com ele. “Viajou muito comigo de ônibus quando era pequeninha, a mãe ia junto”, relembrou. O pai biológico Claudenor de Sousa Reis concordou com o registro dos pais afetivos e estava bastante emocionado por pensar que era um desejo dele e da esposa ter essa filha, mas não foi possível da forma que sonharam. (Keliane Vale)

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