Operação Reis do Gado

Fazenda de R$ 40 milhões da família Miranda foi registrada por R$ 20 mil e teve 30 mil cabeças de gado

Por Redação AF
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28/11/2016 14h00 - Atualizado há 5 anos
A investigação da Operação Reis do Gado identificou que uma das fazendas da família do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), avaliada em R$ 40 milhões, foi registrada por apenas R$ 20 mil - o preço de um lote na periferia da capital. O peemedebista foi alvo de mandado de condução coercitiva nesta segunda-feira, 28. O delegado regional de combate ao crime organizado, Cleyber Malta, da Polícia Federal, afirmou que R$ 200 milhões em patrimônio financeiro e de bens da família do governador do Tocantins esteve em nome de terceiros, entre 2005 e 2012. Segundo o delegado, ao final deste período, parte dos valores teria voltado para a família, ‘saindo do nome dos laranjas’. “Para se ter uma ideia em relação à lavagem, uma das fazendas foi registrada por R$ 20 mil quando na verdade, na época, estima-se que ela já valia R$ 40 milhões, relatou o delegado. Conforme o Estadão, a família de Marcelo Miranda chegou a ter 30 mil cabeças de gado, segundo a investigação da operação Reis do Gado. O delegado afirma que o gado era usado para gerar lucro ou prejuízo ao esquema. O delegado relata que se em alguns momentos fosse necessário ter prejuízo, então, o gado não dava cria durante um ano inteiro. Em outras oportunidades, se o esquema precisasse de lucro, o rebanho aumentava de maneira desproporcional. “O gado entra como uma forma de lastro financeiro para subsidiar essa lavagem, então, você tem situações em que vai examinar a movimentação de dados e as vacas teriam que ter cria duas vezes ao ano para atingir aquela quantidade”, destacou. “Os empresários colocavam um prejuízo ou um lucro máximo de 1%.” Além das fazendas, a Operação Reis do Gado identificou ‘diversas aeronaves em uso e da própria família’ e salas comerciais. Os valores lavados, segundo a operação, tinham origem na corrupção. “Havia sempre uma tentativa de composição dessas empresas com os governadores para que permanecessem fazendo obras porém pagando propina para a manutenção desses contratos. Essa propina era paga tanto para recebimento das obras como em forma de doação de campanha. Várias doações dessas empresas, tanto as contabilizadas quanto as conhecidas como caixa 2 de campanha sem registro, eram feitas nas duas eleições dos governadores”, afirma o delegado. Conteúdo Estadão.

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