O fundão eleitoral irrigou muitas campanhas eleitorais e desbancou outras em razão da falta de critérios na distribuição dos recursos. Enquanto uns candidatos receberam repasses até milionários, a exemplo de quase todos os políticos com mandato que disputavam a reeleição, outros ficaram com os bolsos vazios, gerando uma disputa totalmente desequilibrada.

Foi o que aconteceu no PSD, partido comandado no Tocantins pelo senador Irajá Abreu, candidato que ficou em 4º lugar na disputa pelo governo do Estado.

Conforme dados do TSE, no site DivulgaCand, dos 10 candidatos mais votados no partido para o cargo de deputado estadual, apenas um não recebeu repasse do fundo partidário, o vereador de Araguaína Terciliano Gomes.

Sem qualquer critério aparente, o PSD transferiu R$ 100 mil para Luciano Oliveira, o mais votado no partido; R$ 275 mil para Eduardo Fortes (sendo R$ 175 mil via Professora Elizabete – candidata a deputada federal que recebeu R$ 1.120.000,00 do fundão), e R$ 60 mil para Wiston Gomes. Os três foram eleitos deputados estaduais. Já o primeiro suplente do partido, o ex-vereador de Palmas Rogério Freitas, recebeu R$ 500 mil.

Outros suplentes receberam R$ 195 mil (Júnior Diamantino) e R$ 240 mil (Miúdo). Até candidato com registro indeferido pela Justiça Eleitoral recebeu repasse do partido. O próprio Irajá recebeu R$ 6,4 milhões do fundão para sua campanha ao governo.

Segundo apurado, Terciliano Gomes foi boicotado do fundo partidário por razões políticas, pois apoiava o candidato a governador Ronaldo Dimas (PL). O único recurso que consta na prestação de contas de Terciliano saiu do próprio bolso.

Outro candidato do PSD que também não recebeu repasse do fundo partidário foi Dr. Heraldo Cerqueira.

REVOLTA

Em entrevista, Terciliano Gomes manifestou sua revolta em relação ao tratamento recebido do partido e disse que Irajá saiu “menor do que entrou” nas eleições.

"Quando não se respeita os companheiros, não se cumpre compromisso, não se mantém a palavra e nem honra as pessoas, o resultado não poderia ser diferente. O povo não se engana com o reflexo das imagens nem com meias-palavras bonitas", disparou o vereador ao comentar a votação inexpressiva de Irajá, que tirou apenas 7% dos votos válidos.

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