Magistrado autorizou operação de combate à corrupção.
"A sociedade brasileira já não suporta mais trabalhar para alimentar, através de altos tributos, pessoas desprovidas de senso ético, moral, e, principalmente, de compaixão com o seu semelhante".
A manifestação é do juiz Agenor Alexandre da Silva, plantonista da Justiça Estadual em Palmas, ao autorizar a operação que prendeu dois suspeitos de extorquir um empresário contratado para fornecer 40 mil cestas básicas ao Governo do Tocantins visando atender famílias impactadas pela covid-19.
Os mandados foram cumpridos na última terça-feira (4) pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Os presos são o empresário João Coelho Neto, 37 anos, e Wolney Max de Souza, conhecido como 'Rosquinha', que seria um cobrador de aluguel da região de Guaraí.
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Na decisão, o juiz afirma que a corrupção é a conduta mais grave no seio social porque chega a ceifar milhares de vidas de cidadãos de bem em razão da falta de investimentos na saúde, educação e segurança pública.
Conforme o juiz, os suspeitos demonstram serem “destemidos” e que “não estão nem aí” para o ordenamento jurídico vigente, “como se aqui ainda fosse uma Terra de Coronéis ou Terra sem Lei”.
O juiz ainda faz uma dura crítica aos apadrinhamentos políticos existentes no Estado do Tocantins e cita a recente operação da Polícia Federal, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que afastou do cargo o governador Mauro Carlesse (PSL), por suspeitas de corrupção.
“Aqui é um estado feito de homens e mulheres de bem e que existe um ordenamento jurídico vigente nacional e deve ser obedecido e, aquele que não se amoldar ao sistema legal vigente deve ser retirado de circulação ou da Administração Pública”, afirma o magistrado.
Além da prisão preventiva dos dois suspeitos, o juiz também determinou busca e apreensão na empresa de João Coelho Neto, na residência dele e em Guaraí, onde mora o suposto cobrador de aluguel.