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Arnaldo Filho

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Decisão

Juiz avisa políticos corruptos que o Tocantins não é mais 'terra de coronéis ou sem lei'

Magistrado autorizou operação de combate à corrupção.

Por Arnaldo Filho 8.022
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06/01/2022 10h27 - Atualizado há 2 anos
Empresário revelou extorsão de 50% em contrato para fornecimento de 40 mil cestas básicas

"A sociedade brasileira já não suporta mais trabalhar para alimentar, através de altos tributos, pessoas desprovidas de senso ético, moral, e, principalmente, de compaixão com o seu semelhante".

A manifestação é do juiz Agenor Alexandre da Silva, plantonista da Justiça Estadual em Palmas, ao autorizar a operação que prendeu dois suspeitos de extorquir um empresário contratado para fornecer 40 mil cestas básicas ao Governo do Tocantins visando atender famílias impactadas pela covid-19.

Os mandados foram cumpridos na última terça-feira (4) pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Os presos são o empresário João Coelho Neto, 37 anos, e Wolney Max de Souza, conhecido como 'Rosquinha', que seria um cobrador de aluguel da região de Guaraí.   

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Na decisão, o juiz afirma que a corrupção é a conduta mais grave no seio social porque chega a ceifar milhares de vidas de cidadãos de bem em razão da falta de investimentos na saúde, educação e segurança pública.

Conforme o juiz, os suspeitos demonstram serem “destemidos” e que “não estão nem aí” para o ordenamento jurídico vigente, “como se aqui ainda fosse uma Terra de Coronéis ou Terra sem Lei”.

O juiz ainda faz uma dura crítica aos apadrinhamentos políticos existentes no Estado do Tocantins e cita a recente operação da Polícia Federal, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que afastou do cargo o governador Mauro Carlesse (PSL), por suspeitas de corrupção.

“Aqui é um estado feito de homens e mulheres de bem e que existe um ordenamento jurídico vigente nacional e deve ser obedecido e, aquele que não se amoldar ao sistema legal vigente deve ser retirado de circulação ou da Administração Pública”, afirma o magistrado.

Além da prisão preventiva dos dois suspeitos, o juiz também determinou busca e apreensão na empresa de João Coelho Neto, na residência dele e em Guaraí, onde mora o suposto cobrador de aluguel.

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