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Arnaldo Filho

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Eleições 2020

Senadores tocantinenses, mãe e filho devem ficar em lados opostos nas principais cidades

Só existe uma certeza: quando acabar a eleição, tudo volta ao normal.

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16/07/2020 09h40 - Atualizado há 3 anos
Mãe e filho, Kátia e Irajá Abreu

Eleições municipais se aproximando, porém algumas peças do tabuleiro ainda não se encaixaram. É que os senadores tocantinenses, Kátia Abreu e Irajá Silvestre – mãe e filho – sempre caminharam juntos em quaisquer eleições, quer seja pela via direta, quer seja pela via transversa.

A senadora migrou, em 2020, do PDT para o Progressistas e, logo após sua filiação, assumiu o comando estadual do partido. Ela substituiu o ex-deputado federal Lázaro Botelho, que comandou a sigla no Estado por muitos anos. Já o jovem senador preside há muitos anos o PSD no Tocantins.

Em Araguaína, dificilmente haverá aliança

Nos três maiores colégios eleitorais, no entanto, ainda não há um consenso. Em Araguaína, por exemplo, Irajá sinaliza apoio ao candidato de Ronaldo Dimas (Podemos) – o ex-secretário Wagner Rodrigues (SD). Mas como Kátia poderia se enveredar pelo mesmo caminho se componentes históricos do partido – como Lázaro Botelho e sua esposa, a deputada estadual Valderez Castelo Branco – são inimigos fidagais do atual prefeito e jamais compactuariam com tal aliança?

Compromissos outrora firmados impede aliança em Gurupi

Paradoxalmente, em Gurupi, mãe e filho estão em lados opostos. Kátia Abreu já declarou apoio a Gutierres Torquato (PSB), o candidato do prefeito Laurez Moreira (PSDB). Já Irajá deve solidarizar-se com o candidato do seu próprio partido, Walter Junior (PSD).

Em outro contexto, quando ainda estava no PSDB, Walter deu trabalho para o atual prefeito em 2016. A diferença foi mínima, inclusive. Enquanto Laurez Moreira – que disputava a reeleição – obteve 51,42% dos votos válidos, Walter conseguiu 48,58%, uma diferença de apenas 1.137 votos para um eleitorado aproximado de 40 mil.

Em 2020, entretanto, ainda não restou claro se Walter é o candidato consolidado da oposição ou se foi apenas o “voto de protesto” em 2016.

Na capital, pode haver consenso, mas cenário ainda é nebuloso

Já em Palmas, Kátia vai ser obrigada a apoiar o ex-senador Ataídes Oliveira, visto que ele se filiou ao Progressistas após perder a presidência estadual do PSDB e deseja – com todas suas forças – enfrentar sua desafeta declarada, Cinthia Ribeiro.

Talvez Irajá, que argumenta que ainda está “analisando propostas viáveis para Palmas”, resolva apoiar o candidato de sua genitora, por pura falta de opções ou sintonia ideológica.

Importante ressaltar, todavia, que o PSD não tem compromissos com vereadores de mandato em Palmas, uma vez que tanto Diogo Fernandes, quanto Folha Filho, saíram do partido na janela de transferências, para MDB e Patriotas, respectivamente.

Enfim, as vitoriosas alianças de 2010, 2014 e 2018, que sempre alçaram Kátia Abreu ou Irajá a Brasília, neste ano, ao que parece, não vão se repetir. Visando expandir eleitorados ou preservar seus próprios interesses, é provável que mãe e filho sigam em caminhos ora opostos, ora paralelos, no pleito de 2020.

Uma coisa é certa: quando acabar a eleição, tudo volta ao normal.

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