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Arnaldo Filho

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Política do Tocantins

MDB ressurge em cidades importantes do Tocantins, mas pode ser coadjuvante em Palmas

O cenário previsto para 2020 não está muito longe do que se viveu no passado.

Por Arnaldo Filho 982
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17/04/2020 10h10 - Atualizado há 4 anos
Senador Eduardo Gomes é um dos maiores expoentes do MDB no Tocantins na atualidade

O MDB, hoje um partido político, mas que outrora era apenas um Movimento na luta pelo reestabelecimento da democracia no país e atravessou toda sorte de dificuldades e tempestades para permanecer vivo. Há muitos anos, na insígnia da sigla, logo acima da letra M, há a representação de uma chama de fogo acesa, para simbolizar sua energia, força e protagonismo. 

Não é novidade que o partido permanece no poder desde a redemocratização do país, em 1988, quando a última Constituição foi publicada. Ulisses Guimarães, o seu representante mais icônico, deu vida à legenda e, daí em diante, ora indicando ministros, ora comandando o Congresso Nacional e, até mesmo, comandando a República com Michel Temer, o MDB foi escrevendo sua história. 

Exatamente em razão da conturbada gestão de Temer – já maculada pelas extravagâncias do PT nas gestões anteriores – o partido perdeu forças, cedendo lugar a outras siglas no governo de Jair Bolsonaro. 

Renascimentos ao estilo Fênix

O MDB, a exemplo do pássaro Fênix da mitologia grega, ressurge das cinzas de vez em quando. No Estado do Tocantins não é diferente! O partido já comandou o Tocantins por cinco vezes, após trinta e um anos de história, passando por Moisés Avelino, Carlos Gaguim e Marcelo Miranda por três vezes. Este último, uma vez eleito pelo antigo PFL em 2002, migrou para o MDB no curso do mandato já disputou a eleição de 2006 como 'modeba', sigla onde permanece até a presente data.  

Marcelo Miranda – cassado duas vezes como governador e impedido de assumir mandato de senador por estar inelegível – foi sem dúvidas um dos responsáveis por acender a chama de 'Fênix' no território tocantínio. Após suas ascensões ao poder, o MDB se revigorava, se fortalecia e permanecia, por assim dizer, vivo. 

O cenário previsto para 2020 não está muito longe do que se viveu no passado. Quando muitos acreditavam que o MDB estava 'morto e enterrado' – após a segunda cassação de Marcelo Miranda em 2018 e sua prisão em 2019 – eis que partido se fortalece durante a janela de transferências partidárias. Aliado ao fato de já ter outros políticos de peso filiados aos seus quadros, a sigla deve vir forte na disputa municipal de 2020.

Filiações de peso na janela partidária

Se a legenda já contava com um senador [Eduardo Gomes], uma deputada federal [Dulce Miranda], cinco deputados estaduais e vários prefeitos e vereadores, recebeu em seus quadros para a disputa do pleito vindouro, por exemplo, o prefeito de Porto Nacional, Joaquim Maia; o gestor de Lajeado, Junior Bandeira e, Adriano Rabelo, prefeito de Colinas do Tocantins. 

Em suma, o MDB vai disputar com chances de vitória, além das cidades retromencionadas, as prefeituras de Paraíso do Tocantins, com Celso Morais, atual vice-prefeito de Moisés Avelino; em Miranorte, com Carlinhos da Nacional, atual gestor do município; Araguatins, com Claudio Santana, o atual prefeito e, por fim, em Araguaína, com um dos deputados estaduais representantes da cidade: Jorge Frederico ou Elenil da Penha. 

Nariz torcido na filiação de Raul

Entre os grandes ou representativos municípios do Estado do Tocantins, apenas em Gurupi, Tocantinópolis e Palmas, o MDB não é favorito para a disputa de 2020.

Em Gurupi, o MDB perdeu o cotadíssimo Walter Junior para o PSD e, em Tocantinópolis, o partido não tem muita tradição.

Já na capital, o cenário ainda está muito indefinido, em que pese o partido ter se fortalecido com a chegada de dois vereadores de mandato, Diogo Fernandes e Lucio Campelo, que se juntaram a Rogério Freitas, que já estava filiado.  

A filiação do ex-prefeito Raul Filho foi desastrosa e conturbada, aliada à discordância de muitos filiados e, também, do senador Eduardo Gomes. Até mesmo o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, deputado federal por São Paulo, já questionou a decisão do diretório metropolitano. 

Derrotado no pleito de 2016, Raul tem grande rejeição na capital, em razão da sua má gestão após oito anos de mandato, aliado ao fato de ter sido condenado, recentemente, a nove anos de reclusão por práticas corruptivas, com as benesses de recorrer em liberdade. 

Papel secundário em Palmas

Mas o MDB não teria outros nomes para a disputa? Talvez o deputado estadual Valdemar Junior ou a deputada federal Dulce Miranda, mas essas hipóteses são incipientes e remotas.

O primeiro, pela falta de apoio dentro da própria sigla e, a segunda, em razão do recente desgaste político, em virtude da prisão do seu esposo Marcelo Miranda, que ficou enclausurado de setembro de 2019 a fevereiro de 2020. 

Ao fim e ao cabo, a tendência é que em Palmas – provavelmente com o dedo do discreto senador Eduardo Gomes – o MDB seja coadjuvante em 2020 e acabe por apoiar outra candidatura majoritária.

Quem tem chances reais de receber o partido como aliado é Cinthia Ribeiro (PSDB), candidatíssima a reeleição. A segunda hipótese, seria Alan Barbiero (Podemos), exatamente em razão da aproximação do senador com Ronaldo Dimas, o líder da sigla no Tocantins.

Outro fator é a proximidade com o deputado federal Tiago Dimas (SD), 'afilhado' de Gomes na política e, ainda, um dos chefes estaduais do Solidariedade, sigla que o senador ajudou a criar e fortalecer no Estado do Tocantins e com o qual ainda mantém vínculos e bons relacionamentos.

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