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Arnaldo Filho

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Eleições 2020

Número de pré-candidatos a prefeito em Palmas é intrigante e desproporcional ao eleitorado

É o maior número de pré-candidatos na história da capital.

Por Arnaldo Filho 2.187
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21/08/2020 14h59 - Atualizado há 3 anos
Prédio onde funciona a Prefeitura de Palmas

É verdadeiramente intrigante a quantidade de pré-candidatos a prefeito em Palmas. São, no mínimo, quinze postulantes: a atual prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB); Marcelo Lelis (PV), Ataídes do Araguaia (PP), Alan Barbiero (Podemos); Gil Barison (Republicanos); os vereadores Tiago Andrino (PSB) e Milton Neris (PDT); os deputados estaduais Prof. Junior Geo (PROS), Vanda Monteiro (PSL) e Ivory de Lira (PCdB); os deputados federais Osires Damaso (PSC), Eli Borges (SD) e Vicentinho Junior (PL); Raul Filho (MDB), além de outros de siglas menores que certamente se lançarão. Um recorde histórico!

Para uma capital com 180.524 eleitores e, naturalmente, sem o segundo turno, o elevado número de postulantes é desproporcional. Evidente que haverá composições e esse número será reduzido, contudo, o que se tem de concreto é que a pulverização de candidaturas geralmente favorece quem ocupa o cargo.

Sob esse prisma, é necessário que a oposição de reorganize, sob pena de facilitar a vida da atual gestora, uma vez que será preciso um percentual de votos muito abaixo do razoável para se reeleger.

Fundo partidário 'gordo' estimula candidaturas 'voo de galinha'

Nessa linha, várias são as razões para tantas candidaturas. Uma quer se manter no poder, outras querem voltar ou entrar no cenário político, outras tantas para marcar território, como também aquelas que estão atreladas ao gordo “fundo partidário”. Esse fundo, a ser utilizado no pleito de 2020 é diretamente proporcional à votação recebida por cada partido em 2018. Algumas siglas terão, nestas circunstâncias, “mundos e fundos” para gastar nas eleições municipais.

Deputado Eli Borges entra, com muito fôlego, na disputa

Na semana passada, o deputado federal Eli Borges colocou, mais uma vez, o nome no páreo e está bastante otimista. Um dos motivos é que o parlamentar obteve 48.812 votos nas eleições 2018, dos quais, 16.554 votos apenas em Palmas. Uma expressiva votação, sem dúvidas, pois isso representou 33,91% dos seus votos. Foi o deputado federal mais votado na cidade, o que lhe credencia a autodenominar-se, o representante da capital na Câmara dos Deputados. 

Mas o que dizer dos deputados federais Vicentinho Junior e Osires Damaso? Ambos transferiram seus títulos para a capital apenas em 2019, o primeiro oriundo de Porto Nacional e o segundo de Paraíso do Tocantins. A votação de ambos em Palmas? Pouco expressiva. Damaso obteve 2.774 votos (4,72% da sua votação), enquanto Vicentinho estacionou nos 2.616 (5,25% do total de votos recebidos). Porém, cada eleição é uma caixinha de surpresas.

Deputados estaduais terão dificuldades para polarizar com outro postulante

Na mesma linha de raciocínio, o deputado estadual Prof. Junior Geo, obteve 7.408 votos apenas em Palmas, dentre os 10.944 recebidos nas eleições de 2018 e isso representa 67,69% do total. Portanto, também está entusiasmado com a disputa da cadeira de prefeito.

Todavia, Geo terá que “desmistificar” a pecha que pesa em seus ombros: intelectual demais e, exatamente por isso, um eleitorado segmentado. É possível decolar? Talvez, visto que Palmas é uma cidade administrativa, entretanto, ainda é uma incógnita. 

Já a deputada Vanda Monteiro conseguiu 5.374 votos na capital dos 7.796, enquanto o deputado Ivory de Lira, dos 7.300 recebidos em toda eleição, 3.131 foram em Palmas. Todos os três pré-candidatos eram vereadores da capital.

Vereadores da capital sem cacife e musculatura eleitoral

Quanto aos vereadores de mandato, Andrino e Neris, ante a esse cenário, se tornam “formiguinhas”. É pouco crível que as duas candidaturas decolem. O primeiro, porque, apesar da sua notável inteligência e coerência nos debates e votações, a sombra de Carlos Amastha desagrega mais do que contribui. Atrelar seu nome ao ex-prefeito é como excomungar uma grande parte dos possíveis simpatizantes.

Já Neris adotou um discurso com certa arrogância e prepotência durante os últimos anos. Isso não lhe ajuda em nada, nesta altura do campeonato. Aliado a isso, a incoerência ao se posicionar, primeiramente como ferrenho defensor da gestão e, depois como o mais cruel dos algozes, dá ao eleitor a impressão que – enquanto fazia parte do jogo – os problemas eram minimizados e desconsiderados por ele. Contudo, ao se tornar opositor, por sua conveniência, a gestão tornou-se a pior do planeta. Será se o eleitor vai conseguir assimilar isso tudo?

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