Carta aberta

Em carta, amigos defendem professor da UFT preso em Gurupi e criticam Polícia Civil

O professor foi preso em casa, segundo os amigos, e não estava nenhuma droga pesada, como cocaína ou LSD.

Por Redação 4.222
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26/03/2019 15h03 - Atualizado há 5 anos
Professor preso

Amigos do professor universitário Chrystian de Assis Siqueira, preso há oito dias por suspeitas de tráfico de drogas, criticaram a forma como foi exposta a prisão e o defenderam da acusação de financiamento ao tráfico em Gurupi, no sul do Tocantins. 

Em carta, os amigos afirmaram que Chrystian não foi preso em flagrante e nem tem ligação com o jovem que aparece ao seu lado em imagens divulgadas na imprensa. "A Polícia Civil destruiu a vida do nosso amigo, levando sua vida particular ao escrutínio público, ao vexame e ao exame geral da população”, afirma a carta.

O professor foi preso em casa, segundo os amigos, e não estava com nenhuma droga. Segundo a carta, a prisão teria sido motivada pela aquisição de uma pequena porção de maconha para uso pessoal ainda em 2018.

CARTA NA ÍNTEGRA

CARTA ABERTA SOBRE O CASO DO PROFESSOR PRESO DA UFT

"Na manhã do dia 18 de Março 2019, recebemos a bombástica notícia da prisão do Profº. da UFT Chrystian de Assis Siqueira, sob acusação de Financiamento ao Tráfico.. A prisão foi euforicamente exposta em toda a mídia do Tocantins, não dando ao nosso estimado amigo chance alguma de responder a essas acusações, ao mesmo tempo o expondo ao escárnio público.

Devido a forte repercussão e escândalo que sua prisão causou, nos sentimos na obrigação de oferecer alguns esclarecimentos sobre todo o caso:

1º) Nosso querido amigo é professor de Física, e não de Química, como maldosamente foi noticiado nas mídias, notícia essa que foi dada com o claro intuito de tentar ligar os seus conhecimentos com a venda de drogas, como se ele produzisse, ou ensinasse alguém a produzir, o que pra nós que o conhecemos, foi uma barbaridade atroz praticada contra ele.

2º) O Profº. Christian não foi preso em flagrante, como foi noticiado. Estava em casa, e não tinha com ele nenhuma droga pesada, como cocaína, ou LSD. Não havia também maconha com ele. Essa falsa informação também foi dada com o nítido objetivo de tornar mais justificável sua prisão aos olhos da população, haja vista não haver nada mais fundamentado para fazerem isso com ele, como veremos a seguir.

3º) A prisão foi realizada com base em uma única conversa de celular, antiga, do ano passado, que revelou um único ato isolado, ato este que NÃO envolveu uma quantia significativa de dinheiro, e que não tinha como OBJETIVO financiar a venda droga. Na dita conversa, claramente se vê que a droga a ser adquirida (maconha) com a outra pessoa, era para o seu uso pessoal, o que, sendo assim, não dá a nenhum de nós o direito de nos intrometermos nos seus gostos, usos e costumes de sua vida particular.

4º) O jovem que foi exposto nos jornais ao lado do professor não tem nenhuma ligação com ele. A foto também foi colocada de maneira calculada e perversa, para firmar uma tese de que o professor estimula jovens e adolescentes a venderem drogas, o que é mentira, pois quem o conhece e convive com ele sabe que ele jamais fez, ou faria isso.

5º) Quem conhece o Prof. Chrystian sabe que ele é uma pessoa digna, humilde, uma pessoa extremamente gentil, e que não fez mal a nenhum outro ser humano. É um professor disposto a dar a melhor aula, e sempre solícito para tirar dúvidas dos seus alunos nos conteúdos ministrados por ele.

Por isso, diante de tudo o que aconteceu, vimos a público externar nossa indignação, que consiste em que, sem haver elementos para sua prisão, e também não tendo chances de se explicar, a Polícia Civil destruiu a vida do nosso amigo, levando sua vida particular ao escrutínio público, ao vexame e ao exame geral da população.

No mais, sem querer questionar a vida que um professor pode ou não ter fora de sala de aula em sua vida privada, uma coisa é inquestionável: o nosso amigo não age, e nunca agiu de maneira criminosa, prejudicando a quem quer que seja. Não existe um pai, ou uma mãe, que tenha alguma queixa em relação ao seu filho contra o nosso amigo Chrystian.

Por isso, fica aqui a nossa indignação, e também nossa esperança, de que a justiça não atrase a libertação do nosso estimado amigo, pedindo também o apoio de todos que lerem esta carta, que a faça chegar ao máximo possível de pessoas, para diminuir o estrago feito em sua vida".

Atenciosamente. 

Amigos do professor Chrystian

Gurupi -TO, 26 de março de 2019.

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