'Dolos'

Mais dois suspeitos de fraudar documentação de carros roubados são presos em Araguaína

Um foi preso no dia 24 e o outro, nesta sexta, 26.

Por Redação 1.880
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26/06/2020 14h55 - Atualizado há 3 anos
Prisões foram feitas nesta semana

Foram cumpridos mais dois mandados de prisão preventiva expedidos no bojo da 1ª fase da operação “Dolos”, deflagrada em fevereiro. Na ocasião, 5 suspeitos de integrar organização criminosa relacionada à emissão de documentos para carros roubados e furtados foram presos nas cidades de Araguaína, Wanderlândia e Tocantinópolis.

Os dois presos eram considerados foragidos da justiça. São eles: Leandro Aguiar Barbosa e Danilo Valadares Nascimento, o primeiro capturado nesta sexta-feira (26), e o segundo, na quarta-feira (24), em Araguaína.

Entre as pessoas presas preventivamente durante a operação estavam servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e empresários que atuam na área de emplacamento de veículos e despachantes. Na época, além das prisões, a Justiça também autorizou a quebra dos sigilos bancários e fiscal dos envolvidos.

Como funcionava o esquema

Segundo as investigações, a suposta organização seria especializada em legalizar a documentação de veículos roubados ou furtados em território nacional. Para isso, abriam processo de primeiro emplacamento junto ao Detran Tocantins, utilizando-se de chassi clonado, notas fiscais falsificadas e dados pessoais de vítimas que eram cadastradas como proprietárias desses automóveis.

Servidores do Detran que supostamente integram a organização auditavam os processos e emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV).

Para o processo de emplacamento, a organização teria como prática clonar o chassi de veículos novos, que por vezes ainda estavam na concessionária e que possuíam as mesmas características do automóvel roubado ou furtado.

Ao que tudo indica, os veículos não chegavam a passar pelo Estado do Tocantins, visto que não é necessária a realização de vistoria para o emplacamento de automóveis zero-quilômetro.

As placas e os lacres eram enviados do Tocantins para os estados onde os veículos se encontravam para que lá fossem afixados. Depois de “esquentados”, os automóveis estariam aptos para serem revendidos a terceiros.

Uma das fraudes utilizadas pelos criminosos consistia em colocar, na nota fiscal falsificada, um valor aquém do valor real de mercado do veículo emplacado, isso com o intuito de diminuir o valor do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

O funcionamento da suposta organização criminosa foi investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Tocantins (Gaeco/MPTO), por meio de Procedimento Investigativo Criminal instaurado no ano de 2019, com colaboração da Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA - Palmas).

As apurações envolveram interceptações telefônicas e a quebra do sigilo do IP de computadores, devidamente autorizadas pela Justiça. A administração do Detran contribuiu com o andamento das investigações.

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