Crime ambiental

Denúncia: queima no lixão de Paraíso do Tocantins preocupa moradores e autoridades ambientais

Além da poluição do ar, há também o risco de provocar incêndios florestais.

Por Redação
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27/06/2024 14h40 - Atualizado há 2 dias
Queima de resíduos no lixão em Paraíso do Tocantins.

Notícias do Tocantins -  Imagens registradas por moradores na tarde desta terça-feira (25/6), em Paraíso do Tocantins, mostram uma grande queima de resíduos no lixão a céu aberto da cidade, um verdadeiro crime ambiental praticado à luz do dia e que desafia as autoridades ambientais do estado.

Segundo denúncia dos moradores da cidade, essa prática tem sido comum na cidade e já teria sido adotada até pela própria prefeitura para dar fim aos resíduos sólidos depositado no lixão. A cidade administrada pelo prefeito Celso Morais (MDB) ainda não tem aterro sanitário. A gestão afirmou que já está em fase de contratação de uma empresa especializada em tratamento de resíduos sólidos e operação de aterro sanitário.

Um recente estudo do Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO) aponta que mais de 80% das cidades tocantinenses ainda usam lixões e apenas 7 têm aterros sanitários.

De acordo com a gerente de licenciamento do Naturatins, Denise Martins, apesar de estarmos no período da queima controlada como fator de produção e manejo das atividades agropastoris, os municípios não têm autorização para queimar o lixo produzido na cidade. “A prefeitura pode responder civil e criminalmente por este tipo de crime ambiental”, completou.

Por outro lado, o comandante do Comando de Ações e Defesa Civil Estadual, Coronel Alves, alerta que o fogo nesta época do ano é prejudicial, tendo em vista as altas temperaturas, vento muito forte e baixa umidade do ar que podem contribuir para um incêndio fora de controle. “Sempre existe este risco”, alertou.

O QUE DIZ A PREFEITURA?

Questionada, a Secretaria de Meio Ambiente de Paraíso do Tocantins afirmou que tem sido incansável em suas ações ambientais, demonstrando um compromisso sólido com a preservação da natureza e o bem-estar da comunidade. 

"Estamos ativamente engajados no combate aos incêndios (urbanos e florestais), especialmente nos focos de fogos florestais, contratando permanentemente a brigada de combate, a qual está agindo sempre com prontidão para proteger o meio ambiente e a saúde da população", afirma a nota. 

A Diretoria de Meio Ambiente disse que realiza o monitoramento diário com o engenheiro ambiental em parceria com os brigadistas do município, nos principais pontos de focos de fogo no município. 

"Anualmente este monitoramento tem sido rotineiro no local de despejos de resíduos sólidos (lixão), realizando monitoramento com a brigada, construção dos aceiros, aragem do solo e conscientização ambiental. Tentando garantir assim uma resposta eficaz em emergências. Informamos também que a gestão já está em fase de contratação de uma empresa especializada em tratamento de resíduos sólidos e operação de aterro sanitário. Onde em breve estará executando com regularidade a destinação dos resíduos sólidos do município. Bem como a execução do encerramento/finalização do antigo lixão", acrescentou. 

A prefeitura também afirmou que está construindo um futuro mais sustentável para Paraíso do Tocantins por meio da logística reversa de pneus, pilhas, baterias e eletrônicos. "Garantimos um descarte responsável desses materiais, evitando descarte irregular no lixão e danos ao meio ambiente. Além disso, promovemos blitz educativas e palestras nas escolas, visando sensibilizar e educar a população sobre a importância da sustentabilidade e da conservação dos recursos naturais. Acreditamos que a educação é a chave para promover mudanças positivas em nossa sociedade", finaliza a nota.

Estudo dos lixões no Tocantins

Nesta semana, foi apresentado a gestores municipais um recente estudo técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCETO). O levantamento foi apresentado no seminário “Tocantins Sem Lixão: Soluções Viáveis para o Fim do Problema no Estado”, realizado na terça-feira (25).

O estudo revelou um cenário preocupante sobre a gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) no Tocantins. O levantamento atualizou os dados sobre a disposição dos resíduos no Estado, destacando a necessidade urgente de mudanças. Atualmente, o Tocantins conta com sete aterros sanitários em operação, localizados em Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Wanderlândia, Couto Magalhães e Palmeirópolis. Os três últimos implementados depois de 2021, sendo todos de pequeno porte. 

Diante deste cenário, o Tribunal reuniu prefeitos, secretários ligados ao Meio Ambiente, especialistas e população em geral para discutir sobre o assunto e apresentar soluções viáveis para o fim dos lixões no Tocantins.

Ação está preocupando moradores e autoridades ambientais.

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