Brasil vem enfrentando uma crise de confiança nas suas instituições desde 2013.
A votação da "PEC da Anistia" na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, realizada na terça-feira (10), trouxe à tona preocupações significativas sobre seus potenciais impactos na sociedade brasileira. De acordo com Creomar de Souza, CEO da consultoria Dharma, essa proposta pode perpetuar a cultura da impunidade no país, o que teria efeitos prejudiciais tanto para o presente quanto para futuras gerações.
Segundo Souza, a aprovação da PEC pode enviar uma mensagem perigosa à população: “Não seguir a regra vale mais a pena do que segui-la.” Isso gera uma sensação de que o descumprimento das leis é recompensado, impactando diretamente a forma como a sociedade vê o sistema de justiça e a governança. Para ele, essa dinâmica pode ter efeitos devastadores a longo prazo, particularmente na formação das gerações futuras.
A análise de Souza vai além da proposta em si. Ele destaca que o Brasil vem enfrentando uma crise de confiança nas suas instituições desde 2013. Esse sentimento de desconfiança, alimentado por uma crescente desconexão entre a cidadania e a classe política, sugere que "as instituições se preocupam muito com elas mesmas e muitíssimo pouco com os cidadãos em termos gerais."
Essa crise não se restringe apenas ao Legislativo. Segundo o especialista, também afeta o Supremo Tribunal Federal e o governo federal, refletindo uma erosão mais ampla da confiança pública nas instituições democráticas do Brasil. Isso contribui para o enfraquecimento do tecido social e cria um ambiente de instabilidade política.
Um ponto crucial levantado por Creomar de Souza é a percepção de que a democracia, enquanto valor, continua sendo importante para os brasileiros. No entanto, o problema está na eficácia das instituições para cumprir suas funções. A PEC da Anistia, nesse contexto, pode ser vista como um sintoma de um problema maior: a percepção pública de que as instituições estão falhando em sua missão de proteger a sociedade e garantir a justiça.
O especialista conclui que medidas como a PEC da Anistia devem ser cuidadosamente avaliadas, pois podem agravar a instabilidade política e social no Brasil. Para ele, é fundamental que legisladores e a sociedade reflitam profundamente sobre as implicações de longo prazo que essa e outras decisões semelhantes podem ter para a democracia brasileira.
O que é a PEC da anistia?
A PEC da Anistia é uma proposta de emenda constitucional que visa perdoar certos tipos de irregularidades cometidas por partidos políticos, especialmente relacionadas ao uso de recursos do fundo partidário. Ela tem gerado debates sobre sua influência na perpetuação da impunidade no Brasil.
Quais são os principais impactos da PEC da Anistia?
Um dos principais impactos apontados é a perpetuação da cultura de impunidade, criando a percepção de que descumprir as regras pode ser mais vantajoso do que segui-las. Isso pode prejudicar a confiança da população nas instituições e no cumprimento das leis.
Como a PEC da Anistia pode afetar as futuras gerações?
Se aprovada, a PEC pode transmitir uma mensagem às gerações futuras de que as leis são flexíveis para aqueles que detêm poder, o que pode comprometer a percepção de justiça e o respeito às regras na sociedade.
Por que a confiança nas instituições está em crise?
Desde 2013, há uma desconexão crescente entre a cidadania e as instituições políticas. A percepção de que as instituições atuam mais em prol de seus próprios interesses do que para o bem comum tem contribuído para essa crise de confiança.
Qual é a opinião de Creomar de Souza sobre a PEC da Anistia?
Creomar de Souza acredita que a PEC perpetua a tradição de impunidade no Brasil, o que pode ter consequências negativas para a democracia e a confiança nas instituições. Ele adverte que essa proposta deve ser cuidadosamente analisada para evitar impactos a longo prazo.
Fonte: CNN