Operação Old West

Após operação, dona de empresa contratada pela Prefeitura de Gurupi ficou só 5 dias na prisão

Empresa foi contratada para a prestação do serviço de transporte público coletivo

Por Eduardo Azevedo 648
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18/01/2024 11h37 - Atualizado há 3 meses
Izabely foi preza em dezembro e liberada cinco dias depois, conforme a PC-DF

A sócia-proprietária da empresa Isabelly Transportes e Comércio de Alimentos Ltda, Izabely de Paula Costa de Farias, de 23 anos, que foi detida durante a Operação Old West, ficou presa apenas cinco dias.

A investigação tem relação com um suposto esquema de lavagem de dinheiro. A informação foi confirmada ao AF Notícias pela Polícia Civil do Distrito Federal, nesta quarta-feira (17/01).

A jovem empresária foi detida no dia 20 de dezembro. "Izabely ficou presa apenas os 5 dias da prisão temporária. Foram presos preventivamente apenas os 4 da cadeia de comando da organização criminosa, que já foram colocados em liberdade com tornozeleira eletrônica", diz a resposta encaminhada à reportagem.

A empresa de Izabely foi contrata pela Prefeitura de Gurupi para a prestação de serviços de transporte público coletivo, mas teve o contrato suspenso após a notícia da operação policial.

O extrato do contrato chegou a ser publicado no Diário Oficial de Gurupi em 15 de dezembro de 2023, com valor de R$ 2.160.000,00 (dois milhões cento e sessenta mil reais) e vigência de 10 anos.

Segue a lista dos demais presos na operação:

- Ronaldo de Oliveira, 48 anos, empresário - Solto no dia 11/01/2024

- Soraya Gomes da Cunha, 39 anos, esposa de Ronaldo - Liberada no dia 03/01/2024

- Paulo Victor Viegas de Oliveira, 24 anos, filho do meio do empresário e esposo de Izabely - Solto no dia 11/01/2024

- Pedro Henrique Viegas de Oliveira, 27 anos, filho mais velho de Ronaldo - Solto dia 11/01/2024

O que diz a Prefeitura de Gurupi? 

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Gurupi ressaltou que o contrato com a empresa em Gurupi não está vinculado à operação em questão.

"A situação da empresa refere-se a anos anteriores e a serviços distintos com outras entidades, não guardando relação com o município. Vale ressaltar que a execução do contrato em Gurupi ainda não foi iniciada, sendo que a Prefeitura tomou medidas como a suspensão do contrato e a notificação ao Tribunal de Contas. A empresa também foi intimada a esclarecer sua capacidade de prestar o serviço, visto que todos os trâmites legais para a contratação transcorreram de maneira regular", explicou.

A operação

Audacioso e articulado, o grupo teria conseguido cooptar um analista do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que recebia várias transferências bancárias para “cuidar” dos processos do empresário Ronaldo de Oliveira e advogar em defesa dos interesses da organização criminosa.

O servidor consultava processos e repassava informações sigilosas, segundo as investigações. O analista teve a prisão requerida pela PCDF, mas o Ministério Público se posicionou contrariamente ao pedido; por esse motivo, o nome do servidor não será divulgado por enquanto.

Ronaldo de Oliveira chegou a ficar três anos foragido da Justiça do Distrito Federal e com mandado de prisão preventiva, entre 2018 e 2021. Ele foi detido em 12 de abril de 2021 por policiais do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT), na cidade de Niquelândia (GO).

Segundo a polícia, a engenharia criminosa é integrada por laranjas, empresas de fachada e uma intensa lavagem de dinheiro, sempre liderada pelo empresário Ronaldo de Oliveira, e incluiu até o filho dele, de apenas 3 anos à época dos crimes. 

Levantamentos feitos pela investigação mostraram que a criança tinha uma conta corrente e supostamente movimentou, entre agosto e outubro de 2019, mais de R$ 1,5 milhão.

As transações na conta em nome do menino incluíam recebimentos e envios de valores, em rápido trânsito, por meio de depósitos em dinheiro, transferências eletrônicas e pagamentos. Por se tratar de pessoa com menos de 18 anos, o nome da criança não será divulgado.

O montante milionário creditado em nome do caçula do empresário ocorreu por meio de 20 transferências eletrônicas da conta da empresa Oliveira Transporte e Turismo. Outra parte do dinheiro teve como origem depósitos feitos por Paulo Victor Viegas de Oliveira, também filho de Ronaldo.

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