A notícia pegou de surpresa o próprio delegado e a suspeita é de uma possível retaliação.
O Governo do Tocantins deve publicar no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (16) a exoneração do delegado regional de Polícia Civil de Araguaína, Bruno Boaventura.
A notícia pegou de surpresa o próprio delegado e a suspeita é de uma possível retaliação devido às suas investigações que envolvem a classe política do Estado.
Boaventura está na função de delegado regional desde junho de 2017 e conseguiu grandes resultados no combate à criminalidade em toda a região.
O mais recente trabalho investigativo comandado pelo delegado envolve o escândalo do lixo hospitalar que teve repercussão nacional e há suspeita de possível envolvimento do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB), líder do governo na Assembleia Legislativa, e do seu pai, João Olinto, ex-juiz eleitoral que está com a prisão decretada, mas encontra-se foragido da justiça desde a última segunda-feira, dia 12.
A empresa Sancil Sanantônio Construtora e Incorporadora LTDA, que teria como sócio o pai do deputado, foi contratada sem licitação pelo Governo do Estado para fazer o recolhimento de lixo em 13 hospitais públicos. O valor do contrato mensal supera R$ 500 mil.
Segundo as investigações, a empresa é a responsável pelas 200 toneladas de lixo hospitalar que estavam armazenadas ilegalmente em um galpão clandestino no Distrito Agroindustrial de Araguaína (Daiara). Duas empresas registradas no mesmo endereço do galpão estão em nome do parlamentar.
O Ministério Público Estadual abriu uma investigação, sob sigilo, tendo como alvos o Governo do Estado do Tocantins, a empresa Sancil Sanantônio e também a Agromaster S.A, que pertence ao deputado Olyntho Neto.