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Casal doa órgãos de filha de nove anos que morreu em hospital no Tocantins

A menina era uma criança especial e teve uma convulsão enquanto tomava banho em casa.

Por Redação 7.456
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21/09/2018 19h10 - Atualizado há 5 anos
Momento da retirada dos órgãos da criança

O casal de servidores públicos Odimar Rodrigues de Brito e Adriana Rocha Silva Rodrigues tomou uma decisão importante e de extrema solidariedade no início da tarde desta sexta-feira (21).

Depois de uma semana de acompanhamento, a filha de nove anos teve morte encefálica registrada no Hospital Geral de Palmas.

A menina era uma criança especial e sofreu uma convulsão enquanto tomava banho em casa e os pais confundiram com afogamento.

A criança passou quase uma semana em coma no hospital e não resistiu a uma parada respiratória.

Os órgãos da pequena vão ajudar a salvar a vida de cinco pessoas dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo, que receberão os rins e fígado. As córneas, também retiradas, vão permanecer no HGP e serão transplantadas a dois pacientes do Estado.

A pequena doadora se torna ainda mais especial devido à sua tipagem sanguínea (A-) muito raro de encontrar, existindo em apenas 15% da população.

Para a mãe, a técnica de enfermagem Adriana Rocha, a decisão de doar os órgãos da filha partiu do esposo que é servidor estadual. “Eu confesso que não pensava nisso, mas ele tomou a decisão e aos poucos eu fui aceitando. Mesmo estando triste pela morte da nossa filha, sabemos que a nossa atitude vai ajudar outras famílias”, afirmou. 

Para o pai, o gesto de desprendimento é também a esperança da garantia da vida. “Temos a certeza de que a vida da nossa filha vai continuar em outras pessoas e isso é muito importante, principalmente neste momento de dor”, afirmou.

"A decisão de autorizar a doação dos órgãos é muitas vezes difícil, mas com a orientação certa e o acolhimento, as famílias acabam aceitando e vendo o bem que estão fazendo para aquelas pessoas que estão nas filas de espera por um órgão no Brasil”, explicou Vinicius Boaventura enfermeiro da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos pra Transplantes do HGP (CIHDOTT), que realiza o trabalho de orientação e acompanhamento das famílias dos possíveis doadores de órgãos no HGP.

O transporte dos órgãos foi feito pela unidade do Centro Integrado de Operações Aéreas – CIOPAER, ligada à Secretaria de Estado da Segurança Pública. É a segunda vez em menos de uma semana. 

A transferência da unidade hospitalar até o aeroporto de Palmas durou pouco mais de três minutos. Este é o quarto procedimento realizado no HGP, sendo o primeiro com um paciente infantil que teve morte encefálica registrada.

2º CASO

Na semana passada, a família de uma jovem de 24 anos vítima de acidente de trânsito também autorizou a doação dos órgãos. 

A professora Antônia Facundes de Souza, mãe da jovem, contou sobre a decisão. "No momento não foi fácil tomar essa decisão, mas com o apoio e esclarecimentos da equipe do Hospital, eles me convenceram e me mostraram o caminho certo, que eu poderia colocar a vida da minha filha em pessoas que estavam entre a vida e a morte, e que no futuro quem sabe essa pessoa possa brilhar como minha filha sonhava”, declarou emocionada.

Helicóptero da SSP fez o transporte dos órgãos até o aeroporto
A criança ficou uma semana em coma

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