Uma das empresas foi constituída em nome de uma pessoa que havia sido morta quatro anos antes.
Dois contadores de Araguaína foram presos durante uma operação da Polícia Civil que investiga a abertura de empresas em nome de pessoas que não existem ou que já faleceram.
Além das prisões, a operação 'Walking Dead' realizada pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOTE), deflagrada na tarde desta quarta-feira (13), também cumpriu 06 mandados de busca e apreensão.
Segundo a Polícia Civil, as investigações iniciaram em 2016 quando auditores da receita estadual de Araguaína foram fiscalizar as empresas Líder Atacadista (Armazém Líder) e S.P da Silva (Comercial SP) cadastradas no mesmo endereço em Palmeirante (TO) e tendo por objetivo o comércio de bebidas e cereais. Porém, os auditores apuraram que as empresas nunca funcionaram de fato no local.
Conforme a polícia, as investigações levaram a dois contadores que participaram do esquema de sonegação fiscal: Cleyton da S. T. e Edgar F. R., ambos foram presos.
Também foi apurado que a empresa Líder Atacadista estaria registrada em nome falso de Cleyton. A polícia disse que exames prosopográfico e datiloscópico feitos pelo Instituto de Identificação constataram que as fotografias e impressões digitais dos documentos apresentados para constituição da empresa investigada seriam do contador.
Já a empresa S.P da SILVA teria sido constituída em nome de Sandra Pereira da Silva em 2014, no entanto, a mulher foi morta em um povoado de Xinguara (PA) em 2010, quatro anos antes.
Durante a operação, o contador Edgar foi encontrado com uma arma de fogo que não possuía registro e nem autorização para portá-la. Por isso, ele também foi autuado pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.
Também foram apreendidos vários documentos que ligam as empresas investigadas aos contadores. A polícia disse que eles também estavam com documentos falsos e possuíam pelos menos outros três nomes cada um.
A Justiça ainda determinou o sequestro dos bens dos investigados no valor do crédito tributário devido, sendo R$ 2.802.244,53 referente às dívidas tributárias da empresa Líder Atacadista e R$ 4.512.321,57 da empresa S P da SILVA, totalizando R$ 7.314.566,10 em créditos tributários devidos a fazenda pública estadual.