Em um vídeo, a bebê Lorrayne Krahô vomita após ter tomado água do córrego que passa pela aldeia Morro Grande, que fica perto do município de Itacajá, norte do Tocantins. A menina é a terceira criança que adoece após entrar em contato com a água.

Lideranças indígenas revelam que há uma plantação de soja e criação de animais acima da aldeia. Em razão disso, as fezes e agrotóxicos das atividades agrícolas caem no curso d’água quando há chuva.

José Messias Krahô, cacique da aldeia Morro Grande, reclama que os governantes e parlamentares só procuram o Povo Krahô (autodenominado Mehin) durante as eleições.

“Estou aqui no maior sofrimento, necessidade de abastecimento de água, atendimento de saúde, mais educação, nós quase não temos estradas. Pessoal fala que vem ajudar, mas só quer procurar o Mehin quando está em época de política”, afirma.

A água usada para cozinhar a merenda na escola indígena Mangabeira, Extensão Capekwyj, também vem do mesmo córrego. A comunidade, que já completa cinco anos de existência, não possui poço artesiano ou caixa d’água.

Além da falta de saneamento básico, o cacique José Messias Krahô expõe que a aldeia é de difícil acesso devido à falta de pontes e estradas. Os indígenas ainda não têm energia elétrica, pois as placas solares instaladas nunca receberam manutenção.

VÍDEO

O Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) registrou a denúncia junto a ouvidoria do Ministério Público do Tocantins (MPTO), oficiou a Coordenação do Distrito de Saúde Indígena do Araguaia (DSEI) e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) solicitando o estabelecimento de saneamento básico e a construção de um poço artesiano na escola da comunidade.

Denuncie ao INDTINS

Para enviar uma denúncia ao instituto, basta preencher o formulário online. Não é necessário se identificar.

• Acompanhe diariamente as notícias do Tocantins pelos nossos canais no Telegram, Facebook, Twitter e Instagram.