A  Aldeia Cutaria, localizada na Ilha do Bananal, enfrenta graves problemas de abastecimento de água, saneamento básico e saúde. A denúncia foi feita no Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS) pelo cacique Mawysi Karajá. O Distrito de Saúde Indígena afirmou que não tem verbas para instalar caixa d'água na aldeia e a comunidade bebe água do rio e da chuva.

Mãe de três filhos e moradora da aldeia, Axixaki Bedeheru Javaé se preocupa com a saúde de suas crianças. Além da falta de saneamento básico, a aldeia não possui postinho de saúde. “Os adoecimentos são frequentes e não há posto de saúde na aldeia para levar meus filhos Breno de 5 anos, Lívia de 2 anos e Moisés de dois meses. Estamos tomando água suja do rio. A água suja dá dor de barriga, vômito, diarreia até dor de ouvido”, disse.

O cacique Mawysi disse que na aldeia já existe uma caixa d’água, mas falta a instalação.“Falaram que nós temos que comprar os materiais como as encanações, eles disseram que não tem recursos financeiros para suspender (instalar). Aí a caixa aqui só fica de enfeite né?”

A situação é agravada pela falta de transporte na aldeia, não há barco nem piloto para levar indígenas até o hospital mais próximo, que fica na cidade de São Feliz, no Mato Grosso. Os indígenas que passarem mal, precisam andar até as aldeias mais próximas e pedir barco emprestado.

Além de Mawysi, outros caciques já denunciaram a falta de estrutura da saúde indígena na Ilha do Bananal. Em julho deste ano, Utai Kuheraru Iny, bebê de um ano que sofria pneumonia, morreu depois de esperar por duas horas por transporte.

Em maio, o cacique Diego Maurawá Karajá também levou ao INDTINS a denúncia de falta de transporte nas aldeias Cutaria, São João e Mutana. Na ocasião, o indígena Aguinaldo Teiakurei Karajá sofreu com fortes dores por quase 15 dias e não recebeu atendimento por falta de posto de saúde, de transporte e visita de técnicos de saúde.

INDTINS Denuncia

O Instituto Indígena do Tocantins recebe denúncias de violações dos direitos indígenas por meio de preenchimento de formulário online, as denúncias são encaminhadas a imprensa, a Defensoria Pública do Tocantins e ao Ministério Público Federal (MPF).

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Caixa está na aldeia, mas nunca foi instalada / Foto: Divulgação