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Em entrevista, jovem de Araguaína relata diagnóstico de HIV e veterinária faz alerta

Um paciente soropositivo de Araguaína procurou o AF para relatar sua experiência.

Por Nielcem Fernandes 34.718
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03/04/2019 10h51 - Atualizado há 5 anos
A jovem veterinária Raíza Medeiros foi diagnosticada há dois anos e deixa seu recado

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da Aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mesmo sem apresentar os sintomas da doença, os soropositivos podem transmitir o vírus a outras pessoas quando não tomam as devidas medidas de prevenção.

Um paciente soropositivo que mora em Araguaína (TO) procurou o AF Notícias para relatar sua experiência e alertar a população, sobretudo o grupo LGBT, sobre o alto índice de pessoas vivendo com HIV na região norte do Estado. Ele pediu para não ter a identidade revelada.

“Eu apresentei sintomas muito parecidos com uma virose. Eu melhorava, porém dias depois a minha garganta começou a inflamar de novo. Fui fazer um check-up para saber o que estava acontecendo. Fiz uma bateria de exames, entre eles o de HIV”, disse.

O jovem disse que o momento mais difícil até agora foi descobrir o diagnóstico positivo.  “Fui buscar o envelope com os resultados, no entanto, a funcionária do laboratório pediu para repetir o exame, e isso já me assustou. Afinal, por que repetir um exame? Chamei imediatamente o bioquímico para me esclarecer aquilo. Ele foi muito direto ao dizer que o teste de HIV havia dado positivo. Naquele momento eu não consegui ouvir mais nada, e nem sei como cheguei em casa. Até hoje faço tratamento psicológico para aprender a conviver e aceitar o diagnóstico, mas confesso que não é fácil. O HIV é muito estigmatizado pela sociedade, pois associam a infecção a uma vida promíscua”, declarou.

O jovem fez questão de deixar um recado à população jovem do Tocantins. “É importante lembrar que muitas pessoas podem estar infectadas e não saber, tendo em vista que nem todos apresentam sintomas. Hoje, os soropositivos estão nas academias, com o corpo sarado, entre outros ambientes, e não deixam nenhuma suspeita, devido à eficácia do tratamento. Qualquer pessoa pode se infectar, e isso só pode ser evitado com o uso da camisinha. Eu aprendi da pior forma possível, mas dou o meu recado a todos que têm uma vida sexual ativa: USEM CAMISINHA”, enfatizou.

Ao final da reportagem, a jovem veterinária Raíza Medeiros, que mora em Campo Grande (MS), enviou um vídeo especial para o AF Notícias também contando um pouco de sua experiência após receber o diagnóstico positivo. 

Estatísticas

De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), de janeiro de 2016 a fevereiro de 2019 foram diagnosticados 1.089 pacientes soropositivos no Tocantins. Neste mesmo período, 352 pessoas desenvolveram a Aids.

O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT) é referência no diagnóstico e tratamento do HIV na região norte do Estado.

Em 2017 o HDT realizou 2.714 testes, sendo diagnosticados 60 soropositivos. Em 2018 foram 2.745 testes, com 106 reagentes. Os dados de 2019 ainda não foram disponibilizados. Hoje, 1.408 pessoas que vivem com HIV fazem o uso do antirretroviral (tratamento) no HDT, sendo 792 homens e 616 mulheres. 

Diagnóstico e tratamento

A enfermeira chefe da Unidade de Doenças Infecto parasitárias e responsável pelo CTA do HDT, Maysa Cutrim falou sobre a importância do diagnóstico através do teste rápido e destacou a importância do trabalho junto aos soropositivos na unidade.

“O CTA funciona das 7 às 13h de segunda a sexta-feira. Quem desejar fazer o teste rápido basta procurar o centro dentro nesse horário com o documento de identificação com foto. O paciente passa por um aconselhamento com profissionais previamente capacitados onde receberá todas as orientações necessárias para a realização do teste e as doenças sexualmente transmissíveis (DST´S). O paciente também é aconselhado para o caso de um possível resultado positivo. Nesse pré-aconselhamento o paciente também recebe orientações e material de prevenção”, disse.

Ela ainda explicou sobre a prevenção e o tratamento com antirretrovirais. “Após a confirmação do soropositivo, ele é acompanhado periodicamente com consultas, exames de carga viral e tratamento medicamentoso. O paciente recebe também apoio psicológico e todo e qualquer suporte necessário e integral. A principal forma de prevenção é o uso de preservativo. Evitar o compartilhamento de agulhas e objetos perfuro-cortantes também é um meio de se prevenir” disse.

Sintomas

“Após com contato com o vírus o paciente pode apresentar sintomas semelhantes a um resfriado semanas depois. Dores no corpo, na cabeça, febre e mal estar. Logo depois o organismo entra no período assintomático. Esse período pode durar vários anos É ai que mora o perigo. A pessoa passa a ser portadora e não sabe. Daí pode desenvolver a Aids em si. E deprimir o sistema imunológico ficando vulnerável as doenças oportunistas. Por isso a importância do diagnostico”, disse a enfermeira.

Assim pega:

•             Sexo vaginal sem camisinha;

•             Sexo anal sem camisinha;

•             Sexo oral sem camisinha;

•             Uso de seringa por mais de uma pessoa;

•             Transfusão de sangue contaminado;

•             Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;

•             Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Assim não pega:

•             Sexo desde que se use corretamente a camisinha;

•             Masturbação a dois;

•             Beijo no rosto ou na boca;

•             Suor e lágrima;

•             Picada de inseto;

•             Aperto de mão ou abraço;

•             Sabonete/toalha/lençóis;

•             Talheres/copos;

•             Assento de ônibus;

•             Piscina;

•             Banheiro;

•             Doação de sangue;

•             Pelo ar.

A veterinária Raíza Medeiros Rodrigues da Paz, 29 anos, que convive há dois anos com o HIV, mandou um recado especial aos leitores do portal AF Notícias falando sobre a importância da prevenção e contou um pouco da sua rotina após o diagnóstico positivo.

VÍDEO

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