Rede pública

Estudante com síndrome de Irlen é aprovado em 1º lugar para medicina veterinária no Tocantins

Ele é aluno da rede pública e recebeu todo o apoio da Educação Especial.

Por Redação 1.102
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02/11/2022 08h42 - Atualizado há 1 ano
O estudante Ali Bucar tem doença rara que causa dificuldade de leitura e aprendizado

O estudante do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Elizângela Glória Cardoso, Ali Bucar, de 16 anos, tem sido auxiliado pela Sala de Recursos Multifuncionais desde o seu ingresso na unidade escolar, em 2020. Com o apoio da Educação Especial, ele conquistou o primeiro lugar no curso de medicina veterinária, em uma universidade de Palmas, na sua primeira experiência no vestibular.

Ali tem síndrome de Irlen, uma doença rara que causa dificuldade de leitura e aprendizado devido à sensibilidade extrema a certas ondas de luz, associada ainda à dislexia, à fotofobia e disortoepia.

O estudante acredita que sem o apoio eficaz da sala de recursos, seria difícil acompanhar as atividades escolares do dia a dia e conquistar o primeiro lugar no processo seletivo. “Estudei em escolas particulares antes de vir pra cá, mas só aqui no Elizângela tive acompanhamento integral e adequado às minhas necessidades. Mesmo durante a pandemia pude sentir meu progresso. Sei que preciso da professora auxiliar, o que tem sido essencial para mim, mas procuro também me esforçar e fazer minhas atividades sozinho. Não posso ser dependente pra sempre, quero superar minhas dificuldades e vencer desafios”, enfatizou Ali.

Segundo a professora Thelma de Sousa Macedo, coordenadora da Sala de Recursos Multifuncionais, a inteligência, a interação e a desenvoltura da oratória do estudante impressionam.

“Ali é muito comunicativo e participativo. Ao identificar sua grande capacidade oral, foi possível direcionar e adequar as metodologias de ensino para esta habilidade que ele possui, a exemplo disto, as provas para ele passaram a ser orais. Além disso, a professora auxiliar Débora Hely Santos, que o acompanha desde o início do ensino médio, tem percebido progressos importantes que o fazem ultrapassar os obstáculos da vida estudantil com equidade, foco e, principalmente, autonomia”, destacou Thelma.

A mãe de Ali, Jasmina Lustosa Bucar relatou ter sido aconselhada por uma neuropedagoga especializada na área, a matricular seu filho na Escola Estadual Elizângela Glória e que se surpreendeu positivamente com a metodologia. “Só aqui encontrei um corpo docente especializado para lidar com as necessidades especiais do meu filho. São profissionais verdadeiramente dedicados e dispostos a ensiná-lo a lidar com suas dificuldades com autonomia. Hoje comemoramos juntos essa conquista”, disse.

Conforme o gestor da escola, José Antônio Aguiar Gama, para a comunidade escolar é uma satisfação ter Ali entre os estudantes da unidade escolar. “Este resultado é, com certeza, um retorno à sociedade do compromisso que fizemos de oferecer à população, educação de qualidade”.

Sala de Recursos

As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado que tem como objetivo: Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular aos alunos com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular.

Em atendimento à política da promoção da inclusão a partir de práticas educacionais, a Secretaria de Estado da Educação atende, atualmente, 7.129 alunos portadores de transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação. Nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), os estudantes têm acesso a toda a estrutura necessária oferecida pela educação especial.

Na rede estadual de ensino, estão em funcionamento 828 turmas de salas de recursos em 244 unidades escolares regulares e especiais, presentes nas 13 Diretorias Regionais de Educação do Estado (DREs).

Mãe do estudante, Jasmine Lustosa prestigia a conquista do filho e o trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar
À esquerda a professora Thelma Macedo e à direita a professora auxiliar, Débora Santos

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