Operação Cyber Impetum

Golpistas desviaram dinheiro de duas prefeituras do Tocantins; uma delas perdeu R$ 347 mil

PF cumpriu 13 mandados judiciais contra a quadrilha que aplicou os golpes.

Por Redação 2.755
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21/02/2023 09h15 - Atualizado há 1 ano
PF apreendeu documentos, dinheiro e arma de fogo durante a operação

Duas prefeituras do Tocantins foram vítimas de uma quadrilha que desviou mais de R$ 1,9 milhão de contas bancárias de pequenos municípios apenas no mês de janeiro de 2022 por meio de golpes pela internet.

São as prefeituras de Talismã, município localizado no sul do Estado, com 2.831 habitantes, e de Tupirama, na região norte, que tem apenas 1.952 moradores. As duas cidades têm como principal fonte de renda os repasses do FPM - Fundo de Participação dos Municípios, apesar de estarem enquadradas no menor coeficiente (0.6).

Na última quinta-feira (16/2), a Polícia Federal deflagrou a operação 'Cyber Impetum' para desarticular a quadrilha. Agentes vasculham endereços no Distrito Federal (7), no Maranhão (3), no Piauí (1), no Tocantins (1) e em São Paulo (1). As ordens foram expedidas pela Justiça Federal, que também decretou o bloqueio de bens de investigados para descapitalizar a organização criminosa. Duas pessoas foram presas.

O grupo criminoso também desviou dinheiro das prefeituras de Curral de Dentro (com população estimada de 7.867 pessoas), Jenipapo de Minas (7.781) e Santa Helena de Minas (6.406), todos no Estado de Minas Gerais.

A prefeitura de Jenipapo de Minas (MG) foi a que sofreu o maior prejuízo, que soma quase R$ 600 mil. A cidade com o segundo maior rombo foi Tupirama (TO), com o desfalque de R$ 347 mil. 

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Segundo os investigadores, os criminosos se passavam por funcionários de agências bancárias e invadiam as contas dos municípios usando engenharia social - técnicas que enganam vítimas a enviar dados confidenciais, induzindo que fossem abertos links para sites 'infectados'. Eles eram tão convicentes que conseguiam dados importantes.

As imagens de dois criminosos sacando o dinheiro desviado em um caixa eletrônico ajudaram a PF a indentificar os membros da quadrilha. 

A Polícia Federal identificou prejuízos a empresas, órgãos e entidades governamentais. Também é investigada a participação de servidores públicos na fraude.

O grupo criminoso deve responder pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado mediante fraude em ambiente cibernético e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o nome da operação faz referência à expressão em latim que significa ataque cibernético.

Trata-se da primeira fase ostensiva de uma investigação conduzida pela Divisão de Investigação e Operações Especiais da Coordenação Geral de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal.

A operação ainda é decorrente de um acordo de cooperação técnica fechado entre a PF e a Febraban com o intuito de reprimir fraudes bancárias eletrônicas. O combate a delitos de tal teor é uma prioridade da corporação.

O QUE DIZ O BANCO DO BRASIL

Em nota, o Banco do Brasil diz que denunciou o esquema à Polícia Federal assim que detectou as fraudes, mas ressaltou que “a responsabilidade pela gestão e movimentação das contas dos clientes do setor público compete aos gestores e seus prepostos”.

“O Banco do Brasil informa que não há registro de invasão aos seus sistemas no caso das transferências indevidas realizadas no âmbito da operação Cyber Impetum da Polícia Federal. O Banco orienta seus clientes a manterem as credenciais de acesso às contas em total segurança, além de utilizarem equipamentos confiáveis, livres de vírus e programas de captura de senhas. A responsabilidade pela gestão e movimentação das contas dos clientes do setor público compete aos gestores e seus prepostos. O Banco do Brasil denunciou o esquema à Polícia Federal assim que detectou as fraudes e segue colaborando com as investigações policiais por meio do repasse de informações no seu âmbito de atuação”, diz a íntegra da nota do BB.

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