De 2019 a 2021

HDT de Araguaína registra 147 casos de leishmaniose; médico tira dúvidas em vídeo

Leishmaniose é uma doença infecciosa, porém, não contagiosa.

Por Redação 1.661
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12/08/2021 16h43 - Atualizado há 2 anos
Não há vacina contra as leishmanioses humanas

O Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT), em Araguaína, registrou 81 casos de leishmaniose tegumentar e 66 da leishmaniose visceral no período de 2019 até o mês de julho deste ano.

Apesar dos 147 registros, conforme constata o médico dermatologista Ebert Mota, a doença ainda é negligenciada no Brasil e precisa dessa visibilidade para que a população entenda os riscos e se atentem para as formas de prevenção.

A semana do dia 10 de agosto foi instituída por meio da Lei federal nº 12.604 como o período que celebra anualmente a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose. 

A doença

Leishmaniose é uma doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos.

Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar.

A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como “ferida brava”.

A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos; após esta idade se torna menos frequente. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.

Transmissão

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns são: mosquito palha, tatuquira, birigüi, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.

As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico e o cavalo.

Na leishmaniose cutânea, os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral, a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Sintomas

- Leishmaniose visceral: febre irregular, prolongada; anemia; indisposição; palidez da pele e ou das mucosas; falta de apetite; perda de peso; inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.

- Leishmaniose cutânea: duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela pode levar à morte.

Prevenção

- Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata;
- Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde;
- Evitar banhos de rio ou de igarapé localizado perto da mata;
- Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença;
- Usar mosquiteiros para dormir;
Usar telas protetoras em janelas e portas.

Outras medidas importantes são manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos; realizar podas periódicas nas árvores para que não se criem os ambientes sombreados; além de não acumular lixo orgânico, objetivando evitar a presença mamíferos comensais próximos às residências, como marsupiais e roedores, que são prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos.

Não há vacina contra as leishmanioses humanas. As medidas mais utilizadas para a prevenção e o combate da doença se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde.

O HDT preparou um vídeo orientativo com Ebert Mota, no qual ele também esclarece sobre os cuidados, sintomas, prevenção, tratamento e outras curiosidades. Veja abaixo. 

Vídeo

 

Médico Ebert Mota

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