No Bico do Papagaio

Justiça condena advogado a 22 anos de prisão por enganar clientes e se apropriar de R$ 500 mil

Mais de 20 pessoas teriam sido vítimas das ações do advogado.

Por Redação 14.927
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28/09/2023 19h44 - Atualizado há 6 meses
Advogado Roberto Almeida Ferreira que foi condenado pela Justiça.

Em sentença assinada pelo juiz da Vara Criminal da Comarca de Augustinópolis, Alan Ide Ribeiro da Silva, a Justiça acolheu parcialmente a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) e condenou um advogado por se apropriar de mais de R$ 500 mil de clientes na região do Bico do Papagaio.

Ele  foi investigado pela Polícia Civil pelos crimes de apropriação indébita, falsificação de documento público e patrocínio infiel.

Pelo crime de apropriação indébita, o advogado foi condenado a pena de 22 anos, 02 meses e 20 dias de reclusão, inicialmente em regime fechado. Já pelo crime de falsificação de documento público, a pena foi de 01 ano e 02 meses de reclusão, sendo substituída por duas restritivas de direito.

De acordo com o delegado Jacson Wutke, responsável pelas investigações, à época dos fatos a Polícia Civil identificou 20 vítimas e aproximadamente 60 ações envolvendo a contestação judicial de empréstimos consignados que foram distribuídos pelo advogado. 

No entanto, com a procedência dos processos judiciais, o advogado, valendo-se de sua profissão, abusando da confiança e simplicidade das vítimas que eram pessoas humildes e sem escolaridade, passou a se apropriar da maior parte dos valores. No caso, durante as investigações, foi possível verificar uma movimentação de R$ 676.692,89; contudo, apenas R$ 172.800,00 teriam sido repassados para as vítimas.

À época das investigações, inclusive, o Poder Judiciário, com parecer favorável do MPTO, acolheu a representação da autoridade policial e decretou o bloqueio de bens e a suspensão do exercício da advocacia, com objetivo de evitar a reiteração criminosa.

Sobre os fatos

O advogado condenado é Roberto Almeida Ferreira, que atuava na região do Bico do Papagaio e Imperatriz (MA). A investigação começou no final de 2018, após clientes do advogado, que acabaram sendo vítimas, denunciaram o profissional.

Segundo o delegado responsável pela investigação na época, Jackson Wutke, as vítimas contaram em depoimento que foram procuradas por pessoas ligadas ao advogado para entrar na Justiça devido empréstimos consignados realizados sem autorização em seus benefícios previdenciários.

O advogado entrou com as ações e repassou pequenas quantias às vítimas. Ele afirmava que existiriam mais parcelas para receber, mas desaparecia e não atendia mais aos telefonemas e visitas das vítimas. Os crimes teriam ocorrido de 2015 a 2018. 

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