Pré-candidato ao Senado

Luxemburgo diz que 'não há esperança' no governo Bolsonaro e declara voto em Lula

"O Tocantins é muito mal gerido", declarou o pré-candidato a senador.

Por Redação 1.738
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02/08/2022 14h55 - Atualizado há 1 ano
Luxemburgo é pré-candidato a senador pelo Tocantins

Aos 70 anos, Vanderlei Luxemburgo tenta trocar os estádios pelo plenário do Senado Federal. Ele é filiado ao PSB do Tocantins, partido de Geraldo Alckmin, vice na chapa de Lula.

Em entrevista à Coluna Guilherme Amado, do site Metrópoles, Luxemburgo criticou Jair Bolsonaro e comparou Lula e Alckmin a dois atacantes do mesmo time.

Confira os principais trechos da entrevista:

Por que tentar uma cadeira no Senado pelo Tocantins?

Nasci no Rio de Janeiro, mas estou há 18 anos no Tocantins. No mundo globalizado, posso nascer em um estado e trabalhar em outro. Não existe isso de forasteiro. Eu poderia estar trabalhando no futebol. Sempre que um treinador cai, o meu nome é o que mais surge para substituí-lo. Acho que o estado tem muito potencial. O Tocantins é muito mal gerido, faz política de um modo equivocado. Os investidores estão afastados porque a política lá é feita com pedágio. Quatro governadores foram depostos. Nas notícias, só sai que a Polícia Federal está indo à casa de alguém. Quando o pessoal vê aqueles carros da PF, começa a sair correndo (risos). Vamos fazer um grande time e vencer.

O senhor apoiará Lula e Alckmin, certo?

Claro, não tem como não ser. Eu sou amigo do Lula há muito tempo. Lula é carismático, sabe falar o que o povo quer ouvir. E criou na população brasileira a esperança de que as coisas podem mudar. No governo atual, não existe esperança. Conheci o Geraldo Alckmin na filiação ao PSB. A eleição tem uma tendência pró-Lula, mas o jogo não está ganho até o juiz apitar. Senão aparece no finalzinho um gol de barriga igual ao que o Renato [Gaúcho] fez contra mim em 1995 [na final do Campeonato Carioca, quando o Fluminense venceu o Flamengo por 3 a 2 no Maracanã].

Que tal o governo Bolsonaro?

Um trabalhador que ganha o salário mínimo hoje gasta uma hora de trabalho para comprar um litro de leite. Isso está bom? É surreal. Fora a possibilidade citada, a todo momento, de que nós vamos ter um retrocesso no Brasil. É muito grave. Não dá para ficar fomentando isso, colocando medo na população. O brasileiro não quer viver isso novamente. Já houve uma briga para que a ditadura mudasse para a democracia.

No futebol, o senhor já se identificava com ideais à esquerda?

Sim. Na universidade de educação física, fui presidente de diretório acadêmico. Meu avô era torneiro mecânico, presidente do sindicato dos ferroviários. Era foragido da ditadura. Foi para o mato, apossou-se de uma terra e fez uma agricultura familiar. A gente comia o que plantava e também vendia na feira de Tinguá, em Nova Iguaçu (RJ). Meu avô leu um livro da polonesa marxista Rosa Luxemburgo, que foi morta na Alemanha, e colocou na minha mãe o nome Rosa Luxemburgo. O sobrenome não existia na família, foi uma homenagem. E passou para mim. Eu achei que eu deveria entender e seguir aquilo. Alguma razão tinha. Fui estudar, mas sem radicalizar, com uma tendência à esquerda moderada.

O senhor já ganhou uma Copa América treinando a seleção brasileira. O que podemos esperar da Copa do Mundo, no fim deste ano?

O Brasil é um dos candidatos ao título, mas acho que a França está um ou dois degraus acima. O Brasil vai depender muito de como o Neymar vai encarar o campeonato. O Neymar tem que entender que esta é a Copa do Mundo dele, como foi a do Pelé em 1970, como foi a do Romário em 1994. Vai ter que repetir Romário, que disse aos jogadores: “Eu vou ganhar a Copa do Mundo para vocês”. E carregou nas costas. Tem que chamar o Neymar, o pai dele, e dizer: “Esta é a sua Copa do Mundo”.

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