Malévola: Quase má

Por Redação AF
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06/06/2014 16h05 - Atualizado há 5 anos
<span style="font-size:14px;">O cinema vem passando ao longo das &uacute;ltimas d&eacute;cadas por v&aacute;rias mudan&ccedil;as, seja no modo de produzir um filme, seja nos elementos t&eacute;cnicos (e tecnol&oacute;gicos), e seja no estabelecimento e desenvolvimento de roteiros e narrativas. Uma destas mudan&ccedil;as diz respeito ao cada vez mais inexistente uso daquela ideia manique&iacute;sta de separar claramente o bem do mal. V&iacute;amos muito isso em filmes infantis, sobretudo os da Disney, onde detect&aacute;vamos bem rapidamente quem seria o vil&atilde;o e quem seria a mocinha da hist&oacute;ria. Algumas produ&ccedil;&otilde;es mais recentes buscaram ent&atilde;o humanizar os vil&otilde;es, ou ent&atilde;o tornar mais reais os mocinhos, diminuindo aquele tom idealizado que eles sempre carregavam.<br /> <br /> Muitos achavam que Mal&eacute;vola &ndash; mais recente produ&ccedil;&atilde;o da Disney &ndash; e dirigido pelo estreante Robert Stromberg, iria elevar ao m&aacute;ximo esta perspectiva, principalmente pelos trailers que foram sendo jogados ao p&uacute;blico durante todo este tempo de produ&ccedil;&atilde;o do projeto. Por&eacute;m, quando terminamos de assistir ao filme, o que vimos &eacute; algo ainda mais surpreendente: o que a Disney fez foi simplesmente subverter totalmente esta ideia enraizada de que a personagem principal deste filme seria uma vil&atilde; m&aacute; (com seus motivos, mas ainda assim, uma vil&atilde;) e tornou a Mal&eacute;vola de 2014 a grande hero&iacute;na da hist&oacute;ria, o grande exemplo a ser seguido.<br /> <br /> Vamos entender melhor tudo isso: o filme &eacute; baseado no conto da Bela Adormecida e narra a hist&oacute;ria de Mal&eacute;vola, a linda Angelina Jolie, uma mulher que, movida pelo sentimento de vingan&ccedil;a, coloca um feiti&ccedil;o em Aurora (a tamb&eacute;m linda Elle Fanning), a filha do rei; esse, um ex-amigo de inf&acirc;ncia de Mal&eacute;vola. No feiti&ccedil;o fica dito que Aurora, ao completar seus dezesseis anos, entrar&aacute; em sono profundo e somente acordar&aacute; se receber um beijo movido pelo amor verdadeiro. &Eacute; esta basicamente a premissa de tudo o que vemos no filme.<br /> <br /> Acontece que esse dito sentimento de vingan&ccedil;a que leva Mal&eacute;vola a colocar o feiti&ccedil;o em Aurora &eacute; bastante compreens&iacute;vel e decorrente da trai&ccedil;&atilde;o sofrida por ela pelo seu ent&atilde;o melhor amigo, que viria a ser o Rei. Ainda assim, esse sentimento &eacute; anulado com o passar do tempo e com a conviv&ecirc;ncia das duas, a &lsquo;vil&atilde;&rsquo; e a &lsquo;mocinha&rsquo;. Elas passam a desenvolver uma rela&ccedil;&atilde;o muito mais amorosa que a desenvolvida entre Aurora e seu pai, ou entre Aurora e suas tr&ecirc;s tias fadas. E ainda, em todos os momentos da hist&oacute;ria &ndash; do in&iacute;cio at&eacute; o seu final, Mal&eacute;vola somente reage, nunca age por livre e espont&acirc;nea vontade de fazer o mal.<br /> Sim, Angelina Jolie reina quase que exclusivamente no filme. Nota-se que desde o in&iacute;cio, essa era a inten&ccedil;&atilde;o, pois a quantidade de closes em seus lindos olhos &eacute; bastante significativa. Angelina ao menos faz a ida ao cinema valer a pena. J&aacute; o pouco que sobra fica para a bela Elle Fanning, uma das mais promissoras atrizes de sua gera&ccedil;&atilde;o e que transborda de beleza (e n&atilde;o me refiro &agrave; beleza f&iacute;sica).<br /> <br /> Assim, entre defeitos e virtudes, Mal&eacute;vola se mostra como uma interessante experi&ecirc;ncia para a garotada, pois foge um pouco das tradicionais hist&oacute;rias infantis. Com uma bela fotografia e um trabalho visual chamativo, o filme acaba agradando aos olhos. No campo narrativo, bem, &eacute; sempre um prazer ver Angelina Jolie e Elle Fanning atuando, ainda mais juntas num mesmo filme. Isso e motivo suficiente para n&atilde;o se desesperar ao fim da hist&oacute;ria.</span>
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