Saúde

Movimentos antivacina reforçados pela internet trazem riscos para a saúde da população

Em 2018, o sarampo voltou a ficar ativo no Brasil depois de dois anos erradicado.

Por Redação
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25/11/2020 17h17 - Atualizado há 3 anos
Vacina

O mundo inteiro vive uma enorme expectativa pela aprovação das diversas vacinas contra a covid-19 que estão sendo testadas. Mesmo que a pandemia tenha servido para reforçar o importantíssimo papel da ciência para a saúde da população, um movimento antivacina reforçado pela internet coloca em risco algumas conquistas marcantes no campo da saúde pública.

Esse perigoso movimento teve início a partir de um artigo publicado na revista científica Lancet, em 1998. Nele, o autor relacionava algumas importantes vacinas com o surgimento de outras doenças. No entanto, o artigo foi completamente desmentido e uma grande fraude foi descoberta – o pesquisador que criou o estudo tinha a intenção de lucrar com a venda de um produto. Ele teve até sua licença médica cassada.

Porém, na última década, muitas pessoas passaram a espalhar este artigo nas redes sociais, omitindo toda a fraude por trás dele. Com isso, cresceram e se fortaleceram movimentos enormes que acabaram provocando uma diminuição nos níveis de vacinação da população. À ideia original do artigo fraudulento, foram adicionadas diversas teorias conspiratórias e sem fundamento, que acabaram atraindo ainda mais gente para os grupos.

As consequências dessa desinformação são extremamente perigosas. Em 2018, o sarampo voltou a ficar ativo no Brasil depois de dois anos erradicado. Apenas neste século, a estimativa é que a vacina contra o sarampo já tenha sido responsável por salvar mais de 21 milhões de vidas. Estado vizinho do Tocantins, o Pará lidera o triste ranking do número de casos da doença no Brasil.

A Organização Mundial da Saúde chegou a colocar as teorias conspiratórias como uma das maiores ameaças à saúde mundial em um relatório de 2019. No Brasil, há também o perigo da volta da poliomielite, erradicada há quase 30 anos. Em 2017, 800 mil crianças deixaram de ser vacinadas contra a doença no Brasil, o que ligou o alerta das autoridades.

Em sua coluna no site SAUDÁVELEFORTE, a editora formada em medicina Anabel Rodríguez ressaltou que todo esse movimento aumenta ainda mais a importância dos profissionais da saúde em todo o mundo, já que, além da responsabilidade pelo tratamento de pacientes, eles também precisam atuar como fontes seguras de informação na tentativa de democratizar o conhecimento real. Esses profissionais, muitas vezes, ainda enfrentam o desafio de ter que debater com pessoas que não possuem nenhuma formação na área.

Com a iminência do lançamento da vacina contra a covid-19, os grupos responsáveis por espalhar as mentiras sobre as vacinas já começaram a atuar. As teorias da conspiração ficam cada vez mais absurdas, como as que acreditam que a vacina conterá microchips 5G que controlarão a população mundial. Ainda assim, alguns brasileiros já chegaram a organizar protestos públicos contra a vacinação do coronavírus. 

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