Os promotores de justiça Benedicto de Oliveira Guedes Neto, Tarso Rizo Oliveira Ribeiro, Leonardo Gouveia Olhê Blanck e Adailton Saraiva Silva, apresentam a terceira denúncia contra o policial civil Admael Neves da Conceição, acusado de alterar a cena de um homicídio com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito (art. 347, CP). Ademael foi preso na ‘Operação Detalhes’, juntamente com outros dois policiais, no dia 02 de junho, por suspeitas de corrupção passiva, violação de sigilo funcional e participação em tráfico de drogas. Também foram denunciados Belchior Pereira Da Silva, vulgo "Brechó", Anilton Ricardo da Silva e Silva, vulgo “Nil”, e Luís Rogério Orione da Silva. A ação penal foi proposta na Comarca de Wanderlândia (TO), norte do Estado, no último dia 19 de julho. Segundo os promotores, Belchior e Anilton, na noite do dia 17 de setembro do ano de 2011, teriam praticado crime de homicídio qualificado contra a vítima Carlinhos Ribeiro dos Santos, através de disparo de arma de fogo e golpes de faca. O crime teria sido motivado por causa de um desentendimento em um bar, momento em que Anilton, que é filho de Belchior, aparece com uma espingarda e atira em direção à vítima, mas não acertou por erro de pontaria. Em seguida, Belchior, munido de uma arma branca, desfere um golpe no tórax da vítima. Na oportunidade, o policial Ademael Neves – compadre de Belchior - e Luís Rogério teriam agido juntamente outras pessoas (até o momento não suficientemente identificadas), para alterar a cena do crime, com o fim de induzir a erro o juiz e o perito. O policial teria orientado ainda a desaparecer com os objetos utilizados no crime. Ainda conforme os promotores, Ademael valeu-se de sua influência junto ao Delegado responsável por Wanderlândia para atender interesses escusos jamais instaurou o devido inquérito policial.
A defesa: advogado Wendel Oliveira Em contato, por telefone, com a defesa dos policiais civis presos em Araguaína, o advogado criminal Wendel Oliveira, que se encontra Brasília/DF, disse que já tomou conhecimento das acusações, porém ainda não comunicou seus clientes e disparou:
“Os promotores estão fazendo o que sabem bem fazer, eu farei meu papel que também todos sabem que sei muito bem fazer, todos os acusados podem ser soltos até terça-feira da semana que vem. As acusações são frágeis e é preciso os promotores fazerem milagres para mantê-los presos”, assegurou. O criminalista adiantou que ainda hoje protocola Habeas Corpus no plantão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, e lamentou o fato de que seus clientes -
“primários, de excelente antecedentes e não provocaram qualquer fato capaz de haver decretação de suas prisões preventivas” - estão presos há quase 60 dias. Para o advogado, simplesmente deram azar por que as Cortes Superiores estão de recesso, que acaba somente dia 02 de agosto.