Araguaína

Mulher operadora de máquina pesada relata desafios e preconceitos já superados

Flávia Virgínia é formada no curso de estradas e edificações ofertado pelo Instituto Federal do Piauí.

Por Redação 2.129
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22/02/2019 17h45 - Atualizado há 5 anos
Ela trabalha na recuperação da cratera na TO-222

Única mulher operando uma máquina pesada na obra de recuperação da cratera na TO-222, em Araguaína, Flávia Virgínia Feitosa da Silva, de 36 anos, é um exemplo de mulheres que são donas de si e decidem seu próprio destino.

Formada no curso de estradas e edificações, no Instituto Federal do Piauí, Flávia foi a única das cinco mulheres da sala que continuou na área. Todas passaram por um estágio probatório, no qual tiveram a oportunidade que operar as máquinas pesadas.

Tinha a vaga e a gente começou a brincar nas máquinas. E como o dono da empresa era australiano e lá é comum mulheres nesta função, deu certo”, comentou.
 
CONFIANÇA 

Eu me lembro da primeira vez que subi numa escavadeira, fiquei tremendo. Agora, eu tenho confiança. Já trabalhei em lugares muito altos e não tive medo, mesmo a 30 metros de altura. Eu tenho mais medo de andar de moto do que desta máquina”, descreveu Flávia sobre seu início na profissão.

Ela afirmou que enfrentou a rejeição quando foi contratada para operar a máquina no canteiro de obras. “Os trabalhadores não me aceitaram no início. Lembro que quando havia duas maquinas carregando, os caminhoneiros preferiam ir na outra carregadeira. Só vinham na minha quando a outra estava muito ocupada”, afirmou.
 
VALOR

Flávia disse que precisou ser mais rápida para provar seu valor e conquistar a confiança dos colegas. “Eu fui provando com meu trabalho. Tinha que ser mais rápida que os colegas e fui pegando a preferência. Em pouco tempo alguns caminhoneiros só queriam carregar comigo porque eu era ágil”, relatou.
 
Outro ponto importante para alcançar o respeito foi a profissionalidade no trabalho. “Meu nome não é Flavinha, é Flávia”, falou sobre o alerta que dá aos colegas.

Ela ainda citou que nunca chegou atrasada ou perdeu um dia de trabalho. “Eu também bebo minha cerveja e danço. Mas sei das minhas responsabilidades. E o engenheiro encarregado vê isso”, frisou.

Para outras mulheres que gostariam de trabalhar na área, Flávia garante que não existe um serviço na construção civil que uma mulher não possa fazer. “A gente precisa mostrar algo a mais todo dia. É preciso ter força de vontade. E nós mulheres, quando entramos, entramos com vontade”, finalizou.

(Marcelo Martin)

Flávia operando a máquina

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