Suporte para licenciamento ambiental

Pesquisa pode ajudar na exploração de mineral no Tocantins; dentre eles, o ouro

Região de Almas-Dianópolis está dentro do estudo.

Por Joselita Matos 1.635
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26/10/2021 15h34 - Atualizado há 2 anos
Sanclever Peixoto é um dos pesquisadores que atuou nos estudos.

Após quatro anos e meio de estudos, pesquisadores do Instituto de Geociência da Universidade de Brasília (UnB), Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Serviço Geológico do Brasil-CPRM concluem pesquisa que revela áreas com diferentes graus de potencial favorável ao minério primário no Tocantins e que pode subsidiar a análise técnica do licenciamento ambiental de áreas para exploração de mineral, como o ouro, no Estado.

Os resultados, também ilustrados em mapas, foram publicados em artigo científico na revista Journal of South American Earth Sciences, especializada em geologia e ciências.

A PESQUISA

O doutorando Sanclever Freire Peixoto, geólogo da Gerência de Licenciamento Ambiental do Naturatins e pesquisador que compõe o grupo de estudos do intemperismo, apresentou nesta terça-feira (26/10) o mapeamento do regolito em terreno granito-greenstone no centro-oeste do Brasil, gerado a partir da pesquisa que avançou o território tocantinense, para identificação de locais onde afloram horizontes com potencial de exploração mineral.

Os dados da pesquisa e informações sobre os materiais e métodos aplicados podem subsidiar a análise técnica do licenciamento ambiental, estratégias para o desenvolvimento de indústrias baseadas no uso da terra no Tocantins e evitar o impacto em áreas com baixo potencial à exploração mineral. 

Essa pesquisa fornece novos algoritmos mais eficientes, adaptados para a região de Almas-Dianópolis. “Esse é um trabalho desenvolvido junto com um grupo de pesquisa da Unb, que estuda o regolito e o perfil de alteração do solo”, explicou o geólogo.

De acordo com Peixoto, o estudo foi realizado na região de Almas-Dianópolis, onde há um dos maiores depósitos de ouro do Estado. “A combinação de dados geofísicos, altimétricos e de 1.745 afloramentos de campo permitiu mapear os horizontes em diferentes estágios de evolução. Para quem procura ouro e trabalha com a exploração desse minério tem interesse em saber onde esses horizontes afloram na paisagem”, destaca o pesquisador.

O artigo publicado traz a primeira parte desse trabalho, mas em breve teremos o segundo artigo, já em fase de conclusão, que deve ser submetido até o próximo mês, com foco em sensoriamento remoto e geoprocessamento”, informou Peixoto.

Esse primeiro artigo pontua que os mapas podem ser utilizados para cartografar regolitos em terrenos profundamente intemperizados com superfícies residuais, erosivas e de deposição, ajudando a desenvolver estratégias para melhor compreender a paisagem de regolitos, para melhorar a interpretação geomorfológica e para identificar locais alvo de exploração mineral para depósitos de minérios primários (rocha rochosa ou saprólito) ou supérgenos (hospedados em crostas lateríticas).

Pesquisadores

Além do geólogo do Naturatins, Sanclever Freire Peixoto também compõem o grupo de pesquisadores da UnB: Adriana Maria Coimbra Horbe (coordenadora do projeto), Túlio Marques Soares, Caroline Araújo Freitas e Endel Muller Dalat de Sousa e Edgar Romeo Herrera de Figueiredo Iza (CPRM).

Outros pesquisadores que fazem parte do estudo em campo.

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