Riachinho

Professores se revoltam com prefeita de Riachinho e criticam desvalorização da categoria

A categoria aguarda a reformulação do plano de carreira desde o ano de 2017.

Por Raimunda Costa 996
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25/02/2019 15h50 - Atualizado há 5 anos
Município de Riachinho

Professores de Riachinho, no norte do Tocantins, denunciaram ao AF Notícias o ‘descaso’ da prefeita Diva Ribeiro de Melo (PR) com a categoria.

Um docente, que não quis ser identificado por receio de retaliação, disse que a insatisfação da classe começou em 2017, quando iniciou o mandato da atual prefeita.  

Quando ainda era pré-candidata, a gestora assinou uma carta de compromisso que listava nove itens com o objetivo de  valorizar a educação e os profissionais neste município, mas contrariou nossas expectativas", disse.

O professor disse que, após ser eleita, a prefeita não pagou integralmente os salários dos professores no mês de janeiro de 2017 por ser recesso escolar e para conter gastos. “Portanto, só recebemos de acordo com as horas estipuladas no termo de posse, sendo que muitos constam no termo 20 horas, mas trabalham por 40 horas”, explicou.

Contudo, segundo o professor, alguns profissionais receberam o salário integral. “O mais absurdo é que outros professores, tido como eleitores da prefeita, receberam o salário integralmente embora estivessem na mesma condição nossa”, criticou.

Ajustes retidos 

O professor garantiu que, em outubro de 2017, a gestora municipal reteve de todos os docentes e servidores da educação o reajuste fracionário obtido na gestão anterior. 

Ela alegou que não houve a aprovação do Legislativo. A classe entende que a gestora agiu dentro da legalidade, mas faltou-lhe uma postura mais humana, de respeito aos servidores, visto que não houve diálogo, apenas a ação truculenta de comunicar ao servidor da atitude tomada”, criticou.

Além disso, muitos professores tiveram os salários reduzidos entre R$ 300 e R$ 600, acréscimo decorrente de uma correção salarial oriunda da gestão anterior.

"A situação só se agrava a cada mês que passa. Os servidores vêm sofrendo com o acúmulo de dívidas devido à falta de atitude e sensibilidade da gestão. A angústia é muito grande e não suportamos mais tanta humilhação por parte da gestão de Riachinho", enfatizou o professor.

Segundo o denunciante, há professor com 17 anos de carreira que recebe desde o ano de 2014 o valor de R$ 1.344,00. "Segundo o MEC, o piso para o professor de nível médio é de R$ 2.557,74 a partir de janeiro de 2019", lembrou.

PCCR

No final de 2017, de acordo com o professor, foi formada uma comissão para estudar e reformular o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).

Como tínhamos de cumprir uma jornada de trabalho, só poderíamos discutir a pauta após o término das atividades, ou seja, após as 17 horas. Depois de muito esforço para reestruturar o PCCR e fazer todas as análises de impacto-financeiro, entregamos o relatório para os secretários de Administração, Educação e também para a prefeita. A categoria acreditava que tudo melhoraria no início de 2018, pois a estimativa de recursos para o Fundeb era de mais de R$ 4 milhões, mas, infelizmente, nada mudou”, enfatizou.

O professor contou que, no início de 2019, o secretário de Educação, Cleres Nelpides da Cruz, informou que a análise do PCCR estava sendo concluída. "A mesma conversa de sempre. Cansados de esperar, resolvemos agir na tentativa de que esta terrível situação acabe. Assim, no dia 18 deste mês, quando teve início os trabalhos do Legislativo, resolvemos cobrar dos vereadores um posicionamento, visto que a prefeita não quer estabelecer nenhum diálogo com a categoria", revelou.

"Falamos aos representantes do povo de Riachinho que os professores estão há muito tempo com seus salários defasados e abaixo do piso salarial do magistério", contou.

No encontro, com a intenção de pressionar a prefeita a enviar o PCCR, os vereadores se comprometeram a não votar outros projetos até que ela envie o plano de carreira da educação para a Casa de Leis.

Como forma de pressionar e monitorar a promessa dos vereadores, vamos acompanhar todas as sessões da Câmara. Contudo, no segundo dia de sessão, percebemos que o discurso de alguns deles começou a mudar, em virtude do envio de dois projetos do executivo que cria algumas vagas de emprego", contou.

Como forma de protesto, na última quinta-feira (21) os professores colocaram faixas dentro da Câmara, mas não adiantou. "Com discursos de não querer prejudicar o povo, cinco vereadores disseram 'sim' aos projetos da prefeita e não aos professores. A situação é gritante em virtude da demora e da falta de interesse da prefeitura", finalizou o professor.

Outro lado

O AF Notícias entrou em contato com a prefeitura de Riachinho e aguarda retorno.

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