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Variante indiana da covid-19 é confirmada no Maranhão e acende alerta no Tocantins

Há indícios de que a variante seja ainda mais transmissível.

Por Redação 6.360
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20/05/2021 13h13 - Atualizado há 2 anos
Anúncio foi feito pelo secretário da Saúde do Maranhão, Carlos Lula

O Governo do Estado do Maranhão, vizinho ao Tocantins, confirmou os primeiros casos de Covid-19 provocados pela variante do coronavírus que surgiu na Índia. Ela foi identificada em tripulantes do navio Mv Shangon Da Zhi, ancorado no estado, que viajou da África do Sul até São Luís.

"Dos 15 resultados [positivos para a covid-19], foi possível fazer o estudo genômico de seis. Os demais tinham quantidade de vírus muito baixa. Em todas as seis amostras tivemos resultado positivo para a B.1.617.2, uma das linhagens da variante da Índia", disse Carlos Lula, secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Dos seis infectados, um precisou ser levado de helicóptero para um hospital da rede privada no dia 13 de maio. 

A confirmação da variante indiana acende alerta em todo o Brasil, a começar pelos estados que fazem divisa com o Maranhão, a exemplo do Tocantins.

Nesta quinta-feira (20), o Tocantins voltou a registrar um número elevado de novos casos de covid-19, 865 no total. O estado já acumula 170.785 casos confirmados da doença. Destes, 153.792 pacientes estão recuperados e 14.233 seguem em isolamento domiciliar ou hospitalar. Infelizmente 2.760 perderam a vida para a doença. 

TRIPULAÇÃO ISOLADA

Conforme o secretário maranhense, a tripulação está isolada e o navio não tem permissão para atracar em solo maranhense. Segundo Carlos Lula, pelo menos três pacientes, no entanto, saíram do navio para serem atendidos. Cerca de 100 pessoas que tiveram contato com eles estão sendo rastreadas e serão isoladas e testadas.

A variante indiana B.1.617 foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma "preocupação global". "O que temos de informação disponível indica uma transmissibilidade acentuada [da variante indiana]", disse Maria Van Kerkhove, uma das principais autoridades técnicas da OMS em Covid-19, na semana passada.

"A variante já estava presente em 51 países e aqui na América do Sul só estava presente na Argentina. O Brasil acaba sendo o segundo país da América do Sul com confirmação da cepa", acrescentou o secretário.

No último dia 14, o governo federal proibiu a entrada de estrangeiros em voos com origem na Índia por recomendação da Anvisa devido aos sucessivos recordes de casos e mortes no país.

Indícios de maior transmissibilidade

Uma análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicada em 9 de maio diz que a piora da pandemia na Índia tem uma série de fatores, "incluindo a proporção de casos provocados por variantes com maior transmissibilidade".

Mas o relatório também aponta outros ingredientes fundamentais para a crise sanitária no país, "como aglomerações relacionadas a eventos religiosos e políticos e a redução da aderência às medidas preventivas de saúde pública e sociais", como o uso de máscaras e o distanciamento físico.

No Reino Unido, que tem um dos melhores sistemas de vigilância genômica do mundo e lida com uma das variantes de preocupação global (a B.1.1.7), o número de casos causados pela B.1.617 quase triplicou em uma semana.

Em um mês, a participação relativa da cepa indiana no total de casos que foram sequenciados geneticamente no Reino Unido subiu de 1% para 9%. Em algumas regiões, como Bolton, Blackburn, Bedford e Sefton, a B.1.617 já representa a maioria dos casos analisados e já se tornou dominante.

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