Antônio Queiroz é investigado no esquema de corrupção em Augustinópolis.
O vereador de Augustinópolis Antônio Queiroz (PSB), irmão do ex-deputado estadual Manoel Queiroz, continua foragido desde a sexta-feira (25). Ele é investigado no esquema de corrupção e recebimento de propina para aprovação de projetos do Poder Executivo na Câmara Municipal.
Nove vereadores já foram presos. Os últimos a se entregarem foram Wagner Uchôa e Edivan Neves da Conceição, conhecido como ‘Neguinho da Civil’.
Wagner se entregou na tarde de sexta-feira (25) e Edivan, que é policial civil, na madrugada de sábado (26). Ele é apontado com um dos líderes do esquema.
De acordo com a Polícia Civil, durantes as buscas foram encontrados valores em espécie na residência de alguns vereadores. Uma considerável quantia de maconha também foi apreendida na casa de Antônio Barbosa Sousa.
"Documentos e computadores que foram apreendidos na Câmara de Vereadores, na prefeitura e na residência dos alvos ainda serão analisados. Será averiguado se há outros elementos que possam comprovar outros crimes. É muita coisa para analisar. Temos o prazo de cinco dias até a soltura dos envolvidos", contou a polícia.
SILÊNCIO
A Polícia Civil disse que os vereadores permaneceram em silêncio durante os depoimentos. "Tentando de certa forma não produzir provas contra si. Eles foram orientados pelos advogados a não falar". As investigações vão continuar para apurar se há mais envolvidos no esquema.
Os suplentes tomaram posse no sábado (26) e já reelegeram o atual presidente da Casa, Cícero Cruz Moutinho, para um novo mandato. Ele foi o único parlamentar que não teve a prisão decretada.
ENTENDA
A Polícia Civil deflagrou a Operação Perfídia na manhã de sexta-feira (25) para prender dez dos 11 vereadores de Augustinópolis, no norte do Tocantins.
As investigações apontaram que os parlamentares cobravam propina para aprovar projetos enviados pela prefeitura. O esquema movimentava cerca de R$ 40 mil por mês.
Além de autorizar a operação, a Justiça ainda determinou o afastamento dos 10 vereadores por 180 dias.
O ESQUEMA
A Polícia investiga os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa. A denúncia foi feita por um cidadão de Augustinópolis. Os pagamentos variavam de R$ 1 mil até R$ 8 mil por mês. Os valores seriam diferenciados e determinados em razão da força política que exercem dentro da estrutura administrativa e social.
Todo o esquema seria "negociado, gerenciado e liderado" pelo vereador Edvan que recebia em patamar superior por ser policial civil .
A vereadora Maria Luísa de Jesus do Nascimento, Luizinha (PP), também recebia valores mais expressivos em razão da sua força política, com ligações estreitas com o Palácio Araguaia.
Vereadores envolvidos
- Maria Luisa de Jesus do Nascimento
- Antônio Silva Feitosa
- Antônio Barbosa Sousa
- Antônio José Queiroz dos Santos (foragido)
- Edvan Neves Conceição
- Ozeas Gomes Teixeira
- Francinildo Lopes Soares
- Ângela Maria Silva Araújo de Oliveira
- Marcos Pereira de Alencar
- Wagner Mariano Uchôa Lima