Augustinópolis

Vereador foragido se entrega à polícia e os outros nove deixam a prisão no Tocantins

O vereador estava foragido da Justiça desde o último dia 25 quando teve a prisão decretada.

Por Nielcem Fernandes 609
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29/01/2019 19h32 - Atualizado há 5 anos
Vereador Antônio José Queiroz

Foragido da Justiça desde a última sexta-feira (25), o vereador de Augustinópolis Antônio José Queiroz dos Santos (PSB) se entregou à polícia na tarde dessa terça-feira (29), em Paraíso do Tocantins, região central do Estado.

A Polícia Civil chegou a divulgar um cartaz com a foto do vereador para obter informações sobre o seu paradeiro. Ele é irmão do ex-deputado estadual Manoel Queiroz.

A polícia informou que o depoimento do parlamentar vai ser realizado nos próximos dias, quando for decidido se ele será transferido para Augustinópolis ou se será ouvido em Paraíso. 

Antônio José é um dos 10 parlamentares suspeitos de participação no esquema de cobrança de propina para aprovar projetos enviados pela prefeitura à Câmara de Augustinópolis, região norte do Estado. O esquema movimentava cerca de R$ 40 mil por mês.

Deixam prisão

Os outros nove parlamentares presos deixaram a unidade prisional na noite dessa terça-feira (29), em Augustinópolis.

Eles foram liberados porque o prazo das prisões temporárias venceu e a Polícia Civil entendeu que não havia necessidade de pedir prorrogação.

São eles: Maria Luisa de Jesus do Nascimento, Antônio Silva FeitosaAntônio Barbosa Sousa, Edvan Neves Conceição, Ozeas Gomes Teixeira, Francinildo Lopes Soares, Angela Maria Silva Araújo de Oliveira, Marcos Pereira de Alencar e Wagner Mariano Uchôa Lima.

O esquema

A Polícia investiga os crimes de corrupção passiva e corrupção ativa após denúncia feita por um cidadão. As propinas variavam de R$ 1 mil até R$ 8 mil por mês. Os valores seriam diferenciados e determinados em razão da força política que exercem dentro da estrutura administrativa e social. 

Todo o esquema seria "negociado, gerenciado e liderado" pelo vereador Edvan Neves da Conceição (MDB), conhecido como Neguin da Civil, por ser policial civil e, por isso, ele recebia em patamar superior.  

A vereadora Maria Luísa de Jesus do Nascimento, Luizinha (PP), também recebia valores mais expressivos em razão da sua força política, com ligações estreitas com o Palácio Araguaia. Segundo a denúncia, todos ou quase todos os vereadores teriam efetivamente envolvimento com a 'mesadinha'.  

Os pagamentos seriam realizados em espécie a partir do dia 20 de cada mês na própria sede da Prefeitura de Augustinópolis. 

Todos os vereadores, com exceção do presidente da Câmara, são citados nominalmente no esquema de corrupção em áudios interceptados.  

Escutas telefônicas

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram os vereadores falando abertamente sobre um "extra" para votação dos projetos. "E viu algum boato se vão pagar ao menos mais um extra pra nós esse mês", perguntou o vereador Silvano em conversa com a vereadora Ângela Maria. 

Em outra conversa em dezembro do ano passado, o vereador Antônio Barbosa diz a Antônio Feitosa que "avisou que pode preparar a extra", caso contrário, a LOA 2019 (Lei Orçamentária Anual) não seria votada em 2018.

Já o vereador Wagner pergunta a Feitosa: "Em, aquele negócio lá não passaram não?".  

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