Moisés da Sercon

Morte de prefeito completa 2 anos sem solução e família critica descaso do Estado e Justiça

Sentimento da família é de dor, angústia e revolta.

Por Redação 570
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28/08/2020 13h25 - Atualizado há 3 anos
Moisés da Sercon

O assassinato de Moisés Costa (Moisés da Sercon), então prefeito de Miracema do Tocantins, completará dois anos no próximo domingo, 30 de agosto.

Sem respostas e elucidação do caso, a família questiona a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) e realizará ações nas redes sociais, além de participar de uma audiência na pasta.

Fidel Costa, irmão de Moisés e porta-voz da família, relata que nestes dois anos de espera o sentimento da família é de dor, angústia, revolta e desesperança nos órgãos de justiça.

Ele fala em omissão do estado com a falta de empenho da gestão da Secretaria da Segurança Pública do Tocantins. "Acompanhando de perto as investigações, temos visto o empenho dos delegados e investigadores que têm se debruçado sobre o caso, fazendo o que podem para desvendar o misterioso assassinato do Moisés, porém, falta suporte necessário com estrutura, material humano e tecnológico. Essa postura da gestão da SSP é vergonhosa", desabafa.

A família e a população vêm fazendo manifestações por justiça ao longo destes dois anos. Os familiares já estiveram no Ministério da Justiça, em Brasília, na sede da Polícia Federal, no Ministério Público Estadual e, por repetidas vezes, na Secretaria da Segurança Pública do Tocantins.

Conforme Fidel, a SSP deu esperanças no início, mas foi enfraquecendo a investigação com o passar do tempo. Com exemplos, ele cita o afastamento de vários investigadores do caso sem explicações, a falta de apoio à investigação e na não realização de uma força tarefa que chegou a ser solicitada.

"Chega de descaso. Dois anos é muito tempo. O que falta é vontade por parte do estado, através da Secretaria da Segurança Pública, para resolver o caso e dar uma resposta não só para a família e população de Miracema, mas para o Tocantins inteiro que aguarda pelo desfecho deste crime cruel, covarde, arquitetado, planejado para tirar o Moisés do caminho de alguém, cuja inveja, ódio e ganância são maiores que o temor a Deus. Nunca acusamos ninguém, mas acreditamos que o crime tenha sido motivado por questões políticas, pois o Moisés não tinha inimigos, era pacífico, uma pessoa do bem, amado pela família e pela população que o elegeu democraticamente", acrescenta Fidel.

Neste marco de 2 anos da morte de Moisés Costa, a atenção da família está direcionada à Secretaria da Segurança Pública do Tocantins com o questionamento "Quem mandou matar e quem matou Moisés da Sercon?".

Uma manifestação será feita nas redes sociais da família e amigos com o lançamento de um vídeo documentário e card enfatizando a angústia destes dois anos. Na terça feira, às 10h, haverá uma audiência na Secretaria da Segurança Pública.

O QUE DIZ A SSP-TO

"A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-TO) esclarece que a Polícia Civil do Tocantins trabalha incansavelmente para esclarecer os casos de homicídios registrados em suas unidades. Num universo de aproximadamente 400 (quatrocentos) inquéritos de homicídios atualmente em curso na 1ª Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa de Palmas (1ª DHPP – Palmas), o caso do prefeito de Miracema do Tocantins, Moisés Costa (Moisés da Sercon), morto em 30 de agosto de 2018, tem seu andamento regular, porém em segredo de justiça, a fim de que sejam asseguradas as condições necessárias ao esclarecimento completo dos fatos, com a responsabilização dos eventuais culpados.

Tanto a Delegacia-Geral da Polícia Civil quanto ao SSP-TO, por meio de suas unidades de coordenação, têm feito esforços para dar o suporte necessário a todas as delegacias e especializadas da Polícia Civil do Tocantins em suas atividades, especialmente àquelas relacionadas ao combate ao crime organizado em quaisquer de suas modalidades.

A Segurança Pública ressalta que homicídios são, em geral, casos complexos, que muitas vezes levam tempo para serem elucidados a contento. Ainda assim, o trabalho é incansável, como demonstram os números da 1ª DHPP.  Somente neste primeiro semestre de 2020, a Divisão instaurou 114 inquéritos e finalizou 55. Em 2019, foram 174 inquéritos instaurados e 64 finalizados. Entre os casos solucionados, citamos o latrocínio da empregada doméstica Leidiene Pacheco, morta em setembro de 2018, e o homicídio do empresário Elvisley Costa, em janeiro deste ano.   

Em nome da 1ª DHPP de Palmas, o delegado-chefe Guido Camilo Ribeiro, reforça sua solidariedade para com a família do prefeito Moisés Costa. Informa, porém, que todos os inquéritos que tramitam na Divisão são prioridade. Afirma que entende a dor da família do prefeito e lembra que essa mesma dor é compartilhada por outras tantas famílias que também esperam a solução dos homicídios de seus entes queridos.

Apesar do sigilo das investigações respectivas, a SSP-TO Informa que a família do prefeito Moisés Costa será recebida em audiência na Delegacia-Geral da Polícia Civil para ratificar uma vez mais, entre outros, seu compromisso com a conclusão técnica do inquérito policial que apura o caso, dentro do tempo estritamente necessário para que as diligências sejam realizadas a contento.

A SSP-TO lamenta a dor das famílias tocantinenses que perderam seus entes queridos para a violência, e trabalha para dar a todas elas a melhor resposta estatal possível, apontando de forma cabal os responsáveis por tais crimes, sem qualquer tipo de discriminação ou privilégio, e valendo-se sempre dos melhores recursos disponíveis para a realização deste trabalho."

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