A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu a meta de reduzir em 10% os casos de mortes por suicídio até 2020
De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados em setembro de 2018, por ano, quase 800 mil pessoas em todo o mundo cometem suicídio, que é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos de idade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu a meta de reduzir em 10% os casos de mortes por suicídio até 2020.
No Brasil, os números são preocupantes: de 2007 a 2016, 106.374 pessoas morreram em decorrência do suicídio — em 2016, a taxa foi de 5,8 por 100 mil habitantes.
Para realizar projetos de prevenção, o Ministério da Saúde afirmou que ampliará as Redes de Atenção Psicossocial (RAPS) em cidades onde há alto índice de suicídio: será destinado R$ 1,4 milhão para núcleos de atendimento nas cidades de Manaus (AM), Campo Grande (MS), Boa Vista (RR), Teresina (PI), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).
O organismo internacional considera a prática do suicídio um problema de saúde pública e recomenda que países identifiquem os principais métodos que algumas pessoas usam para pôr fim à própria vida. Com isso, é possível restringir o acesso a esses meios. Outras medidas para prevenir esse tipo de morte é a implementação de políticas para limitar o consumo abusivo de álcool e drogas.
A OMS defende ainda o fornecimento de serviços de saúde mental eficazes. Governos também devem oferecer acompanhamento médico após tentativas de suicídio.
Na avaliação da agência das Nações Unidas, é necessária uma abordagem integrada, que mobilize não apenas a saúde, mas também a educação, os meios de comunicação, instituições trabalhistas e o setor agrícola.
Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros, afirma a OMS. Em muitos países, o tema é um tabu — o que impede pessoas que tentaram se suicidar de procurar ajuda. Até hoje, apenas alguns países incluíram a prevenção do suicídio em suas prioridades de saúde e apenas 28 nações relataram ter uma estratégia nacional de prevenção.
O Ministério também anunciou que dará apoio ao Centro de Valorização da Vida (CVV): em 2017, 2 milhões de pessoas ligaram de maneira gratuita para o número 188, que oferece apoio emocional e de prevenção do suicídio. O serviço opera 24 horas e também está disponível por e-mail e chat.
Desde 2014, por iniciativa do CVV, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), setembro é um "mês amarelo" com uma série de ações para alertar sobre a necessidade de prevenção do suicídio.
“Cerca de 90% dos suicídios são evitáveis. Temos um problema de saúde pública e podemos nos prevenir quanto a ele”, afirmou Robert Paris, presidente do CVV, a revista GALILEU.
O Brasil não tem um plano nacional de prevenção de suicídio, documento previsto apenas para 2020, quando o país deverá comprovar redução de 10% na taxa de suicídio, conforme compromisso firmado com a OMS. O primeiro boletim epidemiológico sobre o tema, porém, mostra que a realidade brasileira caminha na direção contrária.
Nessa segunda-feira (10) o jovem Fernando de Melo, 28 anos, deu fim a própria vida após publicar um post em sua conta no Facebook. No post, um desabafo de uma pessoa afetada pela depressão e suas mazelas. Fernando era professor, casado e tinha um filho. Em sua publicação o professor relata sua luta contra a depressão e se desculpa pelo ato. Através das redes sociais, os amigos e familiares lamentaram a morte.
“Precisamos conversar mais sobre isso Depressão é uma doença gravíssima infelizmente tá cada dia mais perto das pessoas que conhecemos, eu farei oque for possível para ajudar quem estiver precisando. Descanse em Paz Fernando de Melo não imagino a dor que você estáva sentindo . Fica aqui meu Adeus”, disse uma amiga.
“Mds Pq??? Logo Ele ,Um Professor Alegre, Extrovertido, brincalhão, Uma Pessoa De Bom Coração, amigão e tanto...Fará muita falta entre nós meu grande amigo e professor”, escreveu uma aluna.
Depressão x Suicídio
De acordo com a OMS 15 a cada 100 pessoas com a doença decidem pôr fim a própria vida. Segundo os dados da Organização, em todo o mundo, aproximadamente 121 milhões de pessoas sofrem dessa enfermidade, que se tratada corretamente, tem cura. Cerca de 60% a 80% dos casos podem ser tratados com medicação e psicoterapia em um atendimento primário.
Identificar os sintomas da depressão é o primeiro passo para ajudar e reverter essa situação. Geralmente a pessoa manda uma série de sinais através do comportamento, mas que nem sempre são percebidos ou então não são levados a sério. Fique atento: caso uma pessoa próxima a você apresente alguns desses sintomas, ela precisa de ajuda!
Sintomas da depressão:
De acordo com especialistas, se a pessoa apresentar cinco ou mais destes sintomas um médico psiquiatra para indicar a gravidade da depressão, como sendo leve, moderada ou grave, para adequar o tratamento.
Fatores de Risco
Prevenção
Para espantar a tristeza sem fim da rotina, é importante gerenciar o estresse e compartilhar as dificuldades do dia a dia. Ler, aprender coisas novas, fazer hobbies e se divertir ajudam a manter a cabeça ativa e livre de pensamentos negativos ou preocupações excessivas. O otimismo, ladeado de bom-senso, assegura o bem-estar emocional.
A máxima “mente sã, corpo são” é cientificamente aceita e o caminho inverso também procede. Ou seja, cuidar do organismo reflete na saúde mental. Nesse ponto, o conselho é praticar atividade física regularmente, inclusive porque estudos atestam que elas incentivam a liberação de hormônios e outras substâncias importantes para a manutenção do humor.
Pesquisas recentes revelam que até a dieta influencia as emoções. Nesse quesito, vale se inspirar no cardápio dos mediterrâneos, abastecido de azeite de oliva, peixes, frutas, verduras e oleaginosas (nozes, castanhas…). As gorduras e os antioxidantes presentes nesse menu estão associados à maior proteção e conservação das redes de neurônios. Quando a comunicação entre as células nervosas está afiada, não sobra espaço para a angústia se apoderar da cabeça.
O tratamento
A depressão pode durar semanas ou mesmo anos. E uma vez que o indivíduo passe por uma crise, corre maior risco de enfrentar episódio semelhante outra vez na vida. Na maioria das vezes, o tratamento é feito em conjunto pelo psiquiatra e o psicólogo. Existem diversos medicamentos antidepressivos, que ajudam a regular a química cerebral, e o médico escolherá segundo o perfil do paciente. O acompanhamento psicológico, que buscará levantar as causas do problema e como ele poderá ser desmontado, é crucial inclusive porque os remédios podem demorar um tempo para fazer efeito.
Dentro da abordagem da psicoterapia, uma das correntes mais utilizadas no tratamento da depressão é a cognitivo-comportamental, que identifica conflitos e auxilia o paciente a encará-los e sair do estado de abatimento. Existem estudos apontando que a acupuntura e a musicoterapia seriam coadjuvantes na recuperação do bem-estar emocional.
No mais, volta à tona a recomendação de um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e prática regular de atividade física. Também se reforça a indicação para combater o estresse concedendo tempo na agenda para atividades prazerosas.
Para os casos mais graves e resistentes ao tratamento convencional, hoje se estuda a aplicação de técnicas como a eletroconvulsoterapia e a estimulação magnética transcraniana.
CVV