Alerta!

Autores da brincadeira 'quebra-crânio' podem responder por crime; especialista alerta sobre perigo

Uma adolescente morreu após participar de uma brincadeira que se popularizou na internet.

Por Redação 2.205
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14/02/2020 15h28 - Atualizado há 4 anos
Uma jovem, vítima da brincadeira perdeu a vida no Rio Grande do Norte no final do ano passado

A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia divulgou nesta semana um comunicado alertando sobre os riscos de uma nova e perigosa 'brincadeira' que ganhou as redes sociais nos últimos dias.

 Apelidado como desafio 'Quebra-Crânio', a brincadeira de mau gosto é uma a ação arriscada que pode causar danos irreversíveis e até a morte, segundo o neurocirurgião Márcio Figueiredo, coordenador do Núcleo de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital IOP, em Palmas.

Vídeos com o ‘desafio’ ganharam as redes sociais e preocupam pais, alunos e professores de escolas de todo país.

O ‘desafio’

A suposta brincadeira consiste em uma espécie de rasteira dupla, aplicada por dois jovens que se posicionam ao lado de um colega, que é orientado a pular e, então, recebe uma rasteira, vindo a cair em seguida e a bater a cabeça no chão.

“É uma atitude que pode causar a morte de alguém, dependendo das estruturas da cabeça que forem afetadas. Isso pode causar uma fratura de base de crânio, na parte posterior da cabeça e ocasionar até uma hemorragia, sendo necessário que a vítima seja submetida a um procedimento cirúrgico”, afirma o neurocirurgião.

Alerta

O médico alerta que quando alguém é derrubado desta forma, como ocorre no desafio, a pessoa não consegue se defender ou evitar a queda.

“Aquela parte que bate primeiro no chão, a ponta do occipital, é por onde circula esse sangue. Um trauma nessa região da cabeça, além de ocasionar o rompimento desses vasos e machucar o cérebro, pode causar ainda uma hemorragia intracerebral, que pode levar à morte dependendo da situação. Quando somos derrubados inesperadamente, não temos defesa alguma. Nosso cérebro pode sofrer, ainda, um contragolpe. Com a velocidade da queda, o cérebro se desloca para a região do crânio, onde temos ossos pontiagudos. Esse movimento brusco pode levar nosso cérebro em direção a esses ossos e machucá-lo”, explica o neurocirurgião.

Especialista

O especialista chama a atenção dos pais, professores, crianças e adolescente de todo o Tocantins, para que evitem qualquer tipo de envolvimento neste desafio.

“É algo muito grave, que pode não levar a nada, mas pode ser fatal ou deixar sequelas, submeter o paciente a dias de internação no hospital, por exemplo. Não há necessidade desse tipo de ‘brincadeira’, de submeter nossos amigos, colegas, familiares, a um acidente, a uma fratura, apenas por ‘diversão’. Colocar em risco a vida de alguém que você gosta, que confia em você, é errado e depois você não poderá voltar atrás. Minha orientação para as crianças, adolescentes, e até mesmo os adultos, é que não repitam esse tipo de ação, que pode resultar em sérias consequências”, finaliza o médico.

Morte

Uma adolescente morreu após participar de uma brincadeira que se popularizou na internet. Emanuela Medeiros, de 16 anos, bateu a cabeça no chão, na Escola Municipal Antônio Fagundes, em Mossoró, no Rio Grande do Norte (RN). Ela sofreu traumatismo craniano, foi socorrida pela direção do colégio e levada ao Hospital Regional Tarcísio Maia, mas acabou morrendo. O caso aconteceu em novembro do ano passado e viralizou esta semana.

A adolescente participava de uma brincadeira com outras duas meninas que guiavam a colega sobre como proceder. Após pular e sofrer uma rasteira, ela bateu a cabeça no chão e acabou se ferindo.

Crime

Conforme o comunicado da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o caso pode ser enquadrado como um crime. "O que parece ser uma brincadeira inofensiva, é gravíssimo e pode terminar em óbito. Os responsáveis pela ‘brincadeira’ de mau gosto podem responder penalmente por lesão corporal grave e até mesmo homicídio culposo", aponta a SBN.

Campanha

O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul divulgou nas redes sociais um vídeo com a campanha 'Amigo que é amigo não derruba. Segura'. O objetivo é combater a prática do desafio.

Vídeo

 

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