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Tocantinense Paulo Vieira lança livro e vai doar para crianças que lhe enviarem cartas

Até o momento, é o livro mais vendido no estande da editora.

Por Redação
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08/07/2022 09h45 - Atualizado há 1 ano
Paulo Vieira lança livro infantil na Bienal em São Paulo

Paulo Vieira conquistou espaço e público na televisão em 2022. Estrelou o quadro "Big Terapia" do BBB, , comanda o programa "Avisa lá que eu vou" no GNT e, no dia 11, estreia como protagonista da série "Novelei". 

Na terça-feira (5), o ator e comediante lançou "O dia que a árvore do meu quintal falou comigo" na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo. Até o momento, é o livro mais vendido no estande da editora Harper Collins Brasil, que custa R$ 49.

Paulo postou no Twitter que doará um exemplar do livro para crianças que não podem pagar pela publicação. Basta escreverem uma carta - e deu o endereço.

Fã de Adélia Prado e Maurice Sendak, Paulo Vieira falou da sua relação com a literatura e porque teve a ideia de doar os livros.

Qual a importância de uma iniciativa como a sua? Por que decidiu tomá-la?

Movido por impulso e nenhuma programação (risos). Nada disso. Meu livro fala sobre inspiração, sonho e correr atrás daquilo que você deseja pra si. Acho que quanto mais difícil é a sua vida, mais é preciso se inspirar. Quero muito que esse livro chegue em pessoas como eu. Em crianças que, muitas vezes, não têm condições de comprar esse livro também. Por isso, tive a ideia que virou um tuíte.

Pessoas já te procuraram com essa dificuldade?

Muita gente relata isso, fala sobre os valores dos livros. O meu está com um bom preço e essa foi até uma conversa que tive com a HarperCollins Brasil. Conseguimos colocar um valor honesto no livro. Mas sabemos que não temos tanto incentivo para o mercado editorial, vivemos um governo que quer taxar ainda mais os livros. Um governo que se sente ameaçado por bibliotecas. Não é uma prioridade desse tempo possibilitar o acesso aos livros. Por isso, precisamos criar pontes, atalhos para que isso aconteça. Não deveria ser preciso fazer isso, mas é o que podemos fazer.

Qual a sua relação com os livros? Na infância tinha acesso? Sempre gostou de ler?

Sempre. Não tinha tanto acesso aos lançamentos. Tinha acesso aos livros da biblioteca da minha escola, que não eram os mais novos do mundo, mas eram os que eu tinha. Lembro de ganhar livros uma vez. Recebi de presente, em uma ação do Ministério da Educação com o Ministério da Cultura. Alunos da Rede Pública do Brasil todo receberam livros. Ganhei uma caixinha com alguns títulos. E era para levar para casa, algo como: “Minha primeira biblioteca”. Fiquei muito feliz e emocionado. Foi a primeira vez que tive a sensação que o governo brasileiro não me odiava. Recebi o presente e falei: “Caramba, o governo está me dando um presente? O governo me ama, então? Foi a primeira vez que me senti amado pelo meu país, quando ganhei de presente livros, dos Ministérios da Educação e da Cultura”.

Por que escrever um livro de histórias infantil?

O público infantil é mais interessante. Tem uma inteligência poética mais apurada que a dos adultos. Eles estão preparados para colocar o “sentir”, na frente do “fazer sentir”. E isso me intriga e me inspira muito, enquanto artista: um público que tenha mais inteligência poética, do que procure sentido nas coisas.

Já imaginou se receber centenas e milhares de cartas?

Queria muito. Tenho um limite de 2000 títulos e amaria receber 2000 cartas.

Qual era seu livro favorito na infância? E atualmente?

Meu livro favorito na infância, ainda é meu livro favorito hoje em dia: “Onde vivem os monstros”, do Maurice Sendak. Um dos meus autores do coração. Além de ser um dos motivos que me fez escrever para crianças. Acho que tenho um pouco de vontade de ser o Maurice Sendak... Ah, e preciso deixar registrado: fui uma criança fissurada por Adélia Prado. Não tinham tantos títulos infantis na biblioteca do meu colégio, mas sempre tinham uns lançamentos da Adélia Prado. Lembro de amar Adélia Prado, sobretudo o ritmo dela. Entendia pouquíssimo, eu era novo. E até hoje Adélia Prado não é tão fácil para mim! É inusitado. Amava as palavras. É uma pessoa que amo até hoje. Inclusive, Adélia Prado, se você tiver lendo essa entrevista, por favor, tome um café comigo e coma um bolo.

O endereço que disponibilizou é seu?

O que posso garantir é o seguinte: quem mandar uma carta, de verdade, escrita, com autor real, vai ganhar o livro. Tem de ser carta!

De onde veio a ideia do seu livro?

Escrevi para o meu irmão, quando saí do Tocantins. Foi uma fábula para ele. Somos muito grudados, unidos, dormíamos juntos e, de repente, ele me perdeu para São Paulo. Me perdeu para a minha necessidade de buscar meu sonho. O livro fala sobre isso, a árvore que sai das suas raízes para viver seus próprios sonhos. Escrevi para que ele entendesse o motivo da minha saída naquele momento.

Já pensa em escrever outro livro?

Sempre! Tenho algumas coisas já escritas. Assinei com a HarperCollins Brasil como autor da casa. A ideia é me desenvolver por lá. Não serei autor apenas de livros infantis. Quero lançar outras publicações também.

(O Globo)

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