Paternidade exemplar

'Vou até o final da vida', afirma pai que cuida da filha com deficiência há 34 anos em Araguaína

Desde o nascimento de Caroline, a família enfrentou batalhas de saúde e superações.

Por Redação 883
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11/08/2023 16h41 - Atualizado há 8 meses
Caroline Figueiredo e o pai, Raimundo Nonato

A história de Raimundo Nonato, de 65 anos, mostra que a paternidade é uma missão muito maior que prover e criar os filhos. O nascimento da sexta e última filha, Caroline Figueiredo, há 34 anos, transformou a vida do lavrador e despertou nele um sentimento diferente de tudo o que ele já havia vivenciado. Caroline nasceu com transtornos mentais e, desde então, demanda um cuidado especial por parte dos pais. Raimundo é o primeiro personagem da série de histórias sobre paternidades exemplares realizada no mês dos pais.

“Eu me sinto bem. A gente tem que assumir, porque não é o meu querer. É como Deus quis. Se ele me deu uma filha em condições especiais, é porque era para ser", diz Raimundo.

Ele conta que, desde o nascimento de Caroline, a família enfrentou batalhas de saúde e superações, não só por causa das necessidades da filha. Sua esposa, Helena Figueiredo, tem problemas nos rins e, há 19 anos, precisa fazer hemodiálise pelo menos três vezes na semana.

Em meio a esse contexto desafiador, o lavrador abraçou ainda mais a responsabilidade de ser mais que presente na vida da filha. “A gente cuida direitinho dela. Nós a deixamos à vontade para fazer o que quer, quando quer. É parte do nosso jeito de cuidar dela”, afirmou.

Raimundo Nonato, de 65 anos

A palavra final
 
Por causa da relação próxima e de muita cumplicidade, Raimundo conta com bom humor que, nas rotinas do dia a dia, Carol faz o que quer, mas sempre obedece a palavra final do pai. “Quando ela não quer banhar, a mãe dela reclama. Mas quem cuida mais dela sou eu, então eu falo para ela ir. Ela teima e diz que só vai quando quiser. Só que passa um pedacinho, ela vai por conta própria”, relatou.
 
Ajuda valiosa

Em meio ao trabalho no campo, no transporte de cargas e nos cuidados com a Carol, Raimundo se deparou com um conhecido que trabalhava no Centro-Dia. "Eu não sabia que esse lugar existia. Estava sempre em busca de um local onde ela se sentisse bem e foi quando fui fazer esse frete que a oportunidade surgiu”, citou.

Caroline faz uso dos serviços da unidade há cerca de dois anos, entrando às 8 horas e permanecendo até as 18 horas, de dois a três dias na semana.

Para ele e a esposa, o Centro-Dia se tornou um apoio essencial na rotina diária. "Saber que ela está em um lugar seguro e acolhedor durante o dia nos alivia muito. É um auxílio que não apenas proporciona a ela atividades e interações, mas também nos dá tranquilidade para seguir com nossos afazeres", afirmou.

A relação entre pai e filha é tão profunda que, nos dias em que Caroline frequenta o Centro-Dia, tanto Raimundo, quanto sua esposa, sentem a falta dela em casa. “Ela fica melhor que nós. Quando ela está no Centro, a gente fica em casa chamando o nome dela, porque a gente sente falta, né? Antes, ela ficava em casa todos os dias com a gente, mas ela está se dando bem”, contou Raimundo.

Caroline e o pai no Centro Dia
 
Até o final

A lida com as necessidades da filha, como o próprio Raimundo reforça, é uma responsabilidade dada pela vida, por isso ele faz tudo o que está ao alcance para cuidar de Caroline da melhor forma. “Eu tenho que assumir essa missão, eu vou até o final da vida assim”, ressaltou o lavrador.

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